'Governo Lula tem que romper relações com Israel', afirma Genoino

247 - Em entrevista concedida à TV 247, o ex-presidente do PT e ex-deputado federal José Genoino defendeu com veemência o rompimento imediato das relações diplomáticas entre o Brasil e o governo de Israel. O posicionamento veio após o ataque das Forças de Defesa de Israel à embarcação humanitária Madleen, da Flotilha da Liberdade, ocorrido na noite do último domingo (8), em águas internacionais.

“O governo Lula tem que imediatamente tomar uma decisão de romper relações diplomáticas com o governo de Israel, diante deste único fato em relação à Flotilha da Liberdade, que foi impedida de entrar na Faixa de Gaza”, afirmou Genoino, em tom enfático.

A embarcação interceptada transportava 12 ativistas e ajuda humanitária destinada à população de Gaza, região submetida a um bloqueio severo e prolongado por parte do governo israelense. Segundo Genoino, a interceptação e prisão dos ativistas em mar internacional constituem uma flagrante violação do direito internacional e simbolizam o aprofundamento de práticas que ele classifica como genocidas.

“Genocídio a céu aberto” - A crítica de Genoino se estende à ofensiva militar contínua de Israel contra a Faixa de Gaza. Para ele, o que se presencia na região é uma calamidade em curso, escancarada diante da comunidade internacional. “Gaza é um campo de concentração a céu aberto, é um genocídio a céu aberto, transmitido ao vivo e a cores para o mundo inteiro”, denunciou.

Na avaliação do ex-parlamentar, a naturalização dessa violência — o que chamou de “hiper normalidade do desastre” — é inaceitável. “A gente não pode se acomodar com essa hiper normalidade do desastre, da violência, da barbárie. Não podemos aceitar em hipótese nenhuma”, declarou.

Genoino também chamou atenção para a resistência do povo palestino, apontando que sua luta tende a ganhar cada vez mais apoio no cenário internacional. “A luta, a resistência, a vontade de vencer [dos palestinos] vai começar a se projetar e ganhar corações e mentes pelo mundo afora”, previu.

Apelo por paz e autodeterminação dos povos - Além do rompimento das relações diplomáticas, Genoino defendeu que o Brasil assuma uma postura ativa na pressão por um cessar-fogo imediato. Para ele, a política externa brasileira deve estar fundamentada em princípios históricos de defesa da paz, da democracia e do respeito à soberania dos povos.

“Nós temos que ter uma preocupação militante em defesa da paz, da liberdade, da democracia, da autodeterminação dos povos. É fundamental a gente pressionar o governo de Israel pelo cessar-fogo”, reforçou.