Reino Unido denuncia falas 'monstruosas’ de ministros extremistas de Israel contra palestinos e sanciona autoridades
Existe uma escalada da violência na Faixa de Gaza e projetos de expansão de colônias judaicas na Cisjordânia ocupada
Opera Mundi - O Reino Unido anunciou, nesta terça-feira (10/06), sanções contra dois ministros de extrema direita do governo israelense “em resposta às repetidas incitações à violência” contra o povo palestino, em meio à escalada da violência na Faixa de Gaza e os projetos de expansão de colônias judaicas na Cisjordânia ocupada.
As punições “com efeito imediato” contra os ministros da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e das Finanças, Bezalel Smotrich, da istração do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, foram acertadas em conjunto com a Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega. As sanções incluem a proibição de entrada de Ben-Gvir e Smotrich e o congelamento de eventuais ativos nos cinco países.
“O Reino Unido deixou claro, em público e em particular, ao governo de Netanyahu que Israel deve cessar a expansão de assentamentos ilegais que prejudicam um futuro estado palestino, reprimir a violência dos colonos e condenar declarações inflamatórias e extremistas de ambos os indivíduos”, declarou o governo por meio de um comunicado.
O documento também ainda apela “a uma ação imediata contra os colonos extremistas” na Cisjordânia, denunciando que “a estabilidade a longo prazo na região está ameaçada pela violência extremista dos colonos e pela expansão dos assentamentos”.
“Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich incitaram a violência extremista e graves abusos dos direitos humanos palestinos. Essas ações são inaceitáveis. É por isso que tomamos medidas agora – para responsabilizar os responsáveis”, reiteraram os ministros das Relações Exteriores dos cinco países.
Ben-Gvir e Smotrich também são acusados de estimular atos de violência de colonos contra comunidades palestinas na Cisjordânia e já defenderam publicamente a remoção dos moradores de Gaza e o bloqueio à entrada de ajuda humanitária no enclave, comentários que os países classificaram como “monstruosos”.
As autoridades reiteraram seu esforço “por um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação dos reféns restantes pelo Hamas, que não pode ter nenhum papel futuro na governança de Gaza, um aumento na ajuda e um caminho para uma solução de dois Estados”.
O anúncio das sanções vêm após o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, declarar na última quarta-feira (04/06) que avaliva impor medidas contra Israel em decorrência do genocídio em curso na Faixa de Gaza.
Além disso, em maio ado, o governo britânico suspendeu negociações de livre comércio com o regime sionista por conta do bloqueio da entrada de ajuda humanitária no enclave.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse ser “escandaloso” que “representantes eleitos e membros do governo sejam submetidos a esse tipo de medida”.
As sanções chegam em meio à crescente pressão internacional para Israel interromper a ofensiva na Faixa de Gaza, palco de uma guerra que já deixou mais de 54 mil palestinos mortos e onde, segundo a ONU, 100% da população está sob risco de fome.
Ao mesmo tempo, a maior parte da comunidade internacional condenou a recente decisão de Israel de criar mais 22 colônias na Cisjordânia ocupada, o que, na prática, significa a anexação ilegal de territórios palestinos.
(*) Com Ansa e informações de The Guardian
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