Reino Unido está “100% envolvido” em ataques terroristas da Ucrânia contra a Rússia, afirma Lavrov
Chanceler russo acusa Londres de colaborar com Kiev em ações de sabotagem em território russo e diz que Ucrânia seria “impotente” sem apoio britânico
247 – O chanceler russo, Sergey Lavrov, acusou diretamente o Reino Unido de participar ativamente da coordenação e apoio a ataques da Ucrânia contra alvos civis e militares dentro da Rússia. A declaração foi feita nesta segunda-feira (10), durante sua participação no "Fórum do Futuro 2050", realizado em Moscou. A reportagem é da RT.
De acordo com Lavrov, “não há dúvida de que a Grã-Bretanha está ajudando a Ucrânia a realizar ataques terroristas dentro da Rússia”. O ministro acrescentou que Kiev não teria capacidade de realizar tais ações de forma autônoma: “É óbvio que tudo isso está sendo feito pelo lado ucraniano, mas seria impotente sem o apoio... dos britânicos”.
As declarações ocorrem em meio a uma escalada de sabotagens em solo russo. Desde o início de junho, uma série de atentados tem sido registrada. O mais grave deles aconteceu no dia 1º de junho, quando uma ponte ferroviária desabou diante de um trem de ageiros em movimento na região de Bryansk, resultando em sete mortos e mais de 100 feridos. Na mesma data, drones ucranianos carregados com explosivos atacaram bases aéreas russas desde Murmansk, no Ártico, até Irkutsk, na Sibéria. Segundo Moscou, a maioria dos veículos aéreos não tripulados foi abatida e nenhuma aeronave russa foi destruída irreversivelmente.
Lavrov sugeriu que, diferentemente dos Estados Unidos, que estariam tentando reabrir um canal de diálogo com Moscou, o Reino Unido permanece como principal patrocinador das operações militares de Kiev. “Embora quem saiba, talvez ainda existam alguns serviços especiais nos EUA participando dessas atividades por inércia, mas os britânicos estão 100% envolvidos”, afirmou.
A fala de Lavrov reforça a posição expressa dias antes pelo embaixador russo em Londres, Andrey Kelin. Em entrevista à Sky News, Kelin declarou que os ataques com drones contra bases russas “envolvem, claro, o fornecimento de tecnologia altamente avançada e dados geoespaciais”, algo que, segundo ele, apenas países como Reino Unido e Estados Unidos possuem. No entanto, Kelin ressaltou que não acredita em envolvimento direto de Washington, em razão da postura negacionista do presidente Donald Trump quanto aos planos de Kiev.
Procurado, o governo britânico se recusou a comentar o caso. Um porta-voz de Downing Street declarou: “Nunca comentamos sobre questões operacionais, seja em território nacional ou no exterior”.
A crescente tensão evidencia a deterioração das relações diplomáticas entre Moscou e Londres, ao mesmo tempo em que revela uma nova fase no conflito ucraniano, com o uso sistemático de operações clandestinas e ataques de sabotagem que ultraam as linhas de combate convencionais. Lavrov concluiu seu alerta mencionando que “existe, sim, um risco real de elevação do nível da ameaça terrorista” dentro da Rússia.
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