Gleisi manifesta "preocupação" com ativistas da Flotilha da Liberdade interceptados por Israel
"Não se pode tolerar violência contra defensores dos direitos humanos que, de maneira pacífica, buscavam levar ajuda ao povo palestino", afirma a ministra
247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), usou as redes sociais nesta segunda-feira (9) para manifestar solidariedade aos ativistas da Flotilha da Liberdade, que foram interceptados por forças armadas de Israel enquanto tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A declaração foi divulgada após a prisão de 12 militantes internacionais a bordo da embarcação “Madleen”.
“Acompanhamos com preocupação os relatos sobre a interceptação da Flotilha da Liberdade por forças israelenses. A embarcação levava ajuda humanitária à Gaza. Manifestamos solidariedade aos ativistas a bordo, entre eles, o brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg. Não se pode tolerar qualquer forma de violência contra defensores dos direitos humanos que, de maneira pacífica, buscavam levar ajuda ao povo palestino”, afirmou Gleisi.
A iniciativa da flotilha, que zarpou da Itália no dia 1º de junho, buscava romper o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam severa crise humanitária. A embarcação foi interceptada no domingo (8) por um comando militar israelense e levada ao porto de Ashdod. A operação resultou na detenção dos 12 ativistas, originários de países como Brasil, França, Alemanha, Suécia, Turquia, Espanha e Holanda.
Detidos em celas isoladas - Segundo informações do jornal israelense Israel Hayom, reproduzidas pela rede Al Jazeera, os militantes foram conduzidos à prisão de Givon, localizada na cidade de Ramla, e estão sendo mantidos em celas separadas. De acordo com a emissora pública Kan, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, determinou regras mais duras para os detidos: estão proibidos de ar rádios, televisores e quaisquer objetos com símbolos palestinos.
O Exército de Israel divulgou imagens do momento da abordagem e informou que os ativistas seriam interrogados em uma base militar em Ashdod antes de eventual repatriação. Eles também seriam forçados a assistir a um vídeo sobre os ataques realizados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, episódio que deu início à atual escalada de violência na região.
Repercussão internacional e denúncias de ilegalidade - A operação militar israelense provocou reações duras em diversas partes do mundo. A Coalizão Internacional para Romper o Cerco a Gaza acusou Israel de cometer crimes de guerra e defendeu o envio de novas embarcações com suprimentos. A relatora da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, sca Albanese, declarou apoio à missão e encorajou novas tentativas de romper o bloqueio.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se posicionou oficialmente, exigindo a libertação imediata dos detidos. Entre os presos está o ativista brasileiro Thiago Ávila, defensor de causas ambientais e sociais.
O governo espanhol convocou o representante diplomático de Israel para prestar esclarecimentos. Já o Irã qualificou o episódio como “pirataria” em águas internacionais. “O ataque a esta embarcação é uma forma de pirataria, segundo o direito internacional”, disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghaei, em coletiva de imprensa. A Turquia reforçou as críticas e declarou que Israel “mais uma vez age como um Estado terrorista”.
A Anistia Internacional também condenou o bloqueio à ajuda humanitária, argumentando que, como potência ocupante, Israel tem a obrigação legal de permitir o o de alimentos e medicamentos à população civil de Gaza.
Pedido de transparência e apelo por ajuda - A organização de direitos humanos israelense Adalah exigiu das autoridades israelenses a divulgação imediata do paradeiro dos ativistas. O Exército afirma que todos estão ilesos, mas até o momento não detalhou o cronograma de liberação.
Diante do agravamento da crise, entidades internacionais reforçam o apelo por novas mobilizações para romper o cerco à Gaza. A detenção de figuras conhecidas, como Greta Thunberg, amplificou a visibilidade global da ação da Flotilha da Liberdade, reacendendo o debate sobre os limites da atuação militar israelense e o respeito ao direito internacional humanitário.
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