Israel prepara prisão de ativistas da Flotilha da Liberdade
Segundo o Exército de Israel e outros veículos de comunicação, os ativistas serão posteriormente deportados para seus países de origem
247 - A Autoridade Penitenciária de Israel está mobilizada para deter os 12 ativistas internacionais capturados a bordo da embarcação de ajuda humanitária “Maddeline”, da Flotilha da Liberdade, interceptada pelas forças armadas israelenses ao tentar romper o cerco à Faixa de Gaza. De acordo com o jornal Israel Hayom, os militantes ficarão detidos em celas separadas na prisão de Givon, na cidade de Ramla, no centro do país, relata a Al Jazeera.
A operação de captura, conduzida por um comando militar na noite de domingo (8), culminou com a chegada forçada do navio ao porto de Ashdod, sob controle israelense. A ação militar impediu que o barco alcançasse seu destino, em uma tentativa de entregar ajuda humanitária à população civil de Gaza, cercada por um bloqueio imposto por Israel.
Segundo a emissora pública Kan, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, determinou medidas adicionais de repressão nas unidades prisionais: os ativistas não terão o a aparelhos de rádio, televisão ou comunicação, e qualquer item com símbolos palestinos estará proibido.
A organização de direitos humanos israelense Adalah exigiu que as autoridades revelem imediatamente o paradeiro dos detidos, que segundo o Exército de Israel estão “todos ilesos” e seriam posteriormente repatriados para seus países de origem. Os ativistas são procedentes de França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Holanda.
O Exército divulgou imagens do momento da prisão dos estrangeiros e informou que, antes de qualquer liberação, os detidos serão interrogados em uma base militar em Ashdod. Além disso, será exibido a eles um vídeo sobre os ataques de 7 de outubro de 2023, data em que o Hamas lançou ofensiva contra Israel, dando início à atual fase do conflito.
Reações globais denunciam “pirataria” e crimes de guerra - A operação israelense contra a “Maddeline” gerou forte reação internacional. O Ministério das Relações Exteriores da Espanha convocou o representante diplomático de Israel para prestar explicações.
O Irã classificou o episódio como um “ato de pirataria”, alegando que a abordagem ocorreu em águas internacionais. “O ataque a esta embarcação é uma forma de pirataria, segundo o direito internacional”, disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Esmail Baghaei, em coletiva em Teerã.
A Turquia também condenou a ação e declarou que Israel “demonstra mais uma vez que age como um Estado terrorista”. A Anistia Internacional reforçou a acusação de que Israel violou normas internacionais ao impedir a entrega de ajuda humanitária a Gaza e afirmou que, como potência ocupante, o país tem o dever de garantir a entrada de alimentos e medicamentos para os civis palestinos.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota oficial exigindo a libertação imediata dos ativistas a bordo da embarcação Madleen. Entre os 12 tripulantes está o brasileiro Thiago Ávila.
A Coalizão Internacional para Romper o Cerco a Gaza chamou Israel de “Estado criminoso de guerra” e apelou pelo envio imediato de novas embarcações humanitárias. A relatora da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, sca Albanese, manifestou apoio à missão da "Maddeline" e pediu que novos navios desafiem o bloqueio.
A Jihad Islâmica, por sua vez, classificou a abordagem da embarcação como uma violação flagrante do direito internacional.
A “Maddeline” partiu da Itália no dia 1º de junho com o objetivo declarado de romper o bloqueio à Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas enfrentam uma das mais graves crises humanitárias do planeta.
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