Julgamento do 8 de janeiro é a imagem que o Brasil espera desde 1964
"Golpe nunca mais. Anistia, jamais - o país quer curar essa dor"
O perdão a quem conspirou, executou e agiu sob a guarda do golpe de 1964 privou o país de curar a dor infligida pela ditadura.
O sofrimento de famílias despedaçadas pelo sequestro, tortura e assassinato de parentes subtraídos pela tirania.
A angústia de esposas, maridos, filhos, irmãos e amigos à espera do paradeiro de desaparecidos sob a ação do autoritarismo.
A aflição de uma nação inteira interrompida nas artes, na cultura, na informação e na esperança de um futuro adiado por censuras, truculências, exílios e desrespeitos.
A anistia aprisionou o Brasil na amargura da impunidade - a semente sazonal para excitar golpismos convictos da injustiça.
O renascimento do fascismo bolsonarista é fruto do salvo-conduto a militares e outros bandidos livrados da cadeia lá atrás.
É reflexo do desprezo à soberania popular, do terror ideológico, do nojo a trabalhador e do pacto da elite para colonizar o Estado.
A blindagem manteve insepulto o cadáver do golpe - e, por isso, o julgamento do conluio na tentativa do 8 de janeiro é crucial.
É pedagógico e preventivo, sacia a sede por Justiça.
A imagem dos militares sentados no banco dos réus e julgados pelo poder civil é esperada pelo Brasil desde 1964.
A punição justa, severa e exemplar dessa organização criminosa - com condenação e cadeia - é um clamor nacional histórico.
Golpe nunca mais. Anistia, jamais - o país quer curar essa dor.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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