Flávio Dino pede explicações sobre 'emendas paralelas' e 'novo orçamento secreto na Saúde'
Entidades como Transparência Brasil e Contas Abertas denunciaram manobras de parlamentares para conseguir mais recursos
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino deu 10 dias úteis para que o governo federal, o Congresso Nacional e partidos políticos prestem esclarecimento sobre “emendas de comissão paralelas”, que somam R$ 8,5 bilhões.
Entidades como Transparência Brasil, Transparência Internacional e Contas Abertas, identificaram os dois mecanismos como uma forma de manobra para que os parlamentares tenham mais dinheiro.
O magistrado também quer mais detalhes do “novo Orçamento Secreto no Ministério da Saúde”. Organizações afirmaram que as comissões da Câmara, Senado e mistas destinaram recursos acima dos R$ 11,5 bilhões reservados às emendas parlamentares no Orçamento da União.
A falta de transparência das emendas parlamentares levou o plenário do Supremo a proibir, em julgamento de dezembro de 2022, o chamado “orçamento secreto”, como foram apelidadas as emendas feitas pelo relator-geral do projeto de Lei Orçamentária Anual. Esse tipo de emenda, cuja sigla é RP9, não permitia identificar o congressista que definiu a destinação da verba federal.
Ao menos desde 2015, o Congresso vem ampliando seu domínio sobre o Orçamento da União. Na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, por exemplo, foram inseridos mais de R$ 49,2 bilhões em emendas. Há dez anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões.
Confira abaixo os principais tipos de emendas parlamentares ao Orçamento da União e qual o valor correspondente na LOA 2024, com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop):
*Emendas individuais (RP6) - são previstas desde a promulgação da Constituição de 1988. Desde 2015, se tornaram impositivas, isto é, de execução obrigatória. Em 2024, foram autorizados R$ 25,1 bilhões em emendas desse tipo.
*Emendas de bancadas dos estados e DF (RP2 e RP7) - são impositivas desde 2019. No orçamento de 2024, correspondem a R$ 8,5 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão foi pago até o momento. Cada estado pode arrecadar até R$ 316,9 milhões.
*Emendas de comissões permanentes do Congresso (RP8) - não são impositivas nem previstas pela Constituição. A existência dessas emendas consta na Resolução 1/2006 do Congresso (com Abr).
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: