Trump ordena tropas federais para ‘libertar Los Angeles’ em meio a protestos contra deportações
Presidente Trump autoriza uso da Guarda Nacional para reprimir manifestações na Califórnia e acusa migrantes de promoverem “invasão criminosa”
247 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou neste domingo (8) a mobilização de tropas da Guarda Nacional para conter os protestos em Los Angeles, na Califórnia, após dias de confrontos entre agentes federais e manifestantes contrários a operações de deportação em massa. A informação foi publicada originalmente pelo portal RT.
Segundo Trump, a ação visa “libertar” a cidade de uma suposta “ocupação” por “criminosos e imigrantes ilegais”. Em mensagem publicada na rede Truth Social, ele declarou: “Uma cidade americana outrora grandiosa, Los Angeles, foi invadida e ocupada por ilegais e criminosos. Agora, multidões violentas e insurrecionais estão atacando nossos agentes federais para tentar impedir nossas operações de deportação — mas esses distúrbios sem lei só reforçam nossa determinação... A ordem será restaurada, os ilegais serão expulsos e Los Angeles será libertada”.
A escalada da repressão ocorre após dois dias de confrontos violentos entre manifestantes e agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), especialmente após operações nas cidades de Paramount e Compton que resultaram na prisão de mais de 100 pessoas. Durante os protestos, foram lançados objetos contra os veículos das autoridades, e houve resposta com gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e balas de pimenta.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a Guarda Nacional armada com escudos de choque em frente ao Centro de Detenção Metropolitano, no centro de Los Angeles, enfrentando uma multidão. Ainda não está claro qual força de segurança iniciou o uso da força ou o que desencadeou a escalada.
Diante da situação, Trump informou ter orientado a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, e a procuradora-geral, Pam Bondi, a coordenarem ações com as agências federais para restaurar a ordem. O Pentágono também colocou em alerta cerca de 500 fuzileiros navais da 2ª Batalha do 7º Regimento de Fuzileiros, sediados em Twentynine Palms, para possível mobilização.
A medida provocou forte reação do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que classificou a intervenção federal como inconstitucional e motivada por interesses políticos. “Não tínhamos um problema até que Trump se envolvesse”, escreveu o governador na rede X (antigo Twitter). “Essa é uma grave violação da soberania estadual — inflama tensões e retira recursos de onde realmente são necessários.”
A vice-secretária do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, saiu em defesa da operação federal e criticou a falta de ação das lideranças locais: “Em vez de promoverem motins, deveriam agradecer todos os dias aos agentes do ICE que acordam para tornar nossas comunidades mais seguras”.
O cenário político também se dividiu. O senador Bernie Sanders acusou Trump de empurrar o país para o autoritarismo. “Um presidente movendo rapidamente este país rumo ao autoritarismo”, escreveu. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, saiu em defesa da medida, culpando a liderança democrata da Califórnia pela desordem.
Esta é a primeira vez desde os anos 1960 que uma mobilização da Guarda Nacional em Los Angeles ocorre por ordem direta do governo federal, sem a solicitação do estado. Ainda não há previsão de quando as tropas deixarão a cidade.
O episódio marca um novo ponto de tensão na relação entre o governo Trump e os estados governados por democratas, especialmente em torno das políticas de imigração. Em sua segunda presidência, iniciada em 2025, Trump tem intensificado o discurso e as ações voltadas à deportação em massa e ao endurecimento do controle das fronteiras.
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