China e EUA abrem caminho para acordos em primeira reunião de novo mecanismo de consulta sobre a guerra comercial
Diálogo entre Pequim e Washington busca superar divergências sobre temas econômicos e tecnológicos
247 - O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) informou nesta quinta-feira (12) sobre os resultados da primeira reunião do novo mecanismo de consulta comercial entre China e Estados Unidos. O encontro é resultado direto do consenso alcançado entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump durante uma conversa telefônica realizada em 5 de junho, e tem como objetivo aprofundar o diálogo bilateral e reduzir tensões econômicas e tecnológicas.
Segundo o jornal Global Times, durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do MOFCOM, He Yadong, destacou que houve avanços significativos na implementação das diretrizes estabelecidas entre os dois chefes de Estado, bem como na consolidação dos resultados das negociações econômicas e comerciais previamente realizadas em Genebra. “As duas partes chegaram a um acordo de princípios sobre a implementação do importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado […] e fizeram novos progressos no tratamento das preocupações econômicas e comerciais mútuas”, afirmou He.
Segundo o porta-voz, a expectativa é que o mecanismo de consulta seja usado como uma plataforma de continuidade para comunicações regulares entre os dois países. “No futuro, ambas as partes alavancarão ainda mais o mecanismo de consulta comercial China-EUA, continuarão a manter a comunicação e o diálogo, fortalecerão o consenso, reduzirão os mal-entendidos, fortalecerão a cooperação e promoverão conjuntamente o desenvolvimento estável e sustentado das relações econômicas e comerciais China-EUA”, declarou.
Um dos temas sensíveis abordados durante a coletiva foi a questão das exportações de terras raras, elementos essenciais para a fabricação de produtos de alta tecnologia. Indagado sobre o assunto, He Yadong enfatizou que a China atua com responsabilidade internacional. “Como um grande país responsável, a China considera plenamente as demandas e preocupações razoáveis de outros países em aplicações civis”, afirmou.
Sobre a liberação de licenças para exportação desses materiais estratégicos, He explicou que as solicitações são analisadas rigorosamente de acordo com as leis e regulamentos chineses. “A China já aprovou um certo número de pedidos em conformidade e continuará a fortalecer o processo de aprovação para pedidos em conformidade”, garantiu.
O mecanismo de consulta surge em um contexto global de crescentes disputas comerciais e tecnológicas, particularmente após os Estados Unidos imporem restrições a empresas chinesas em setores considerados estratégicos, como semicondutores e inteligência artificial.
A retomada do diálogo com base em princípios acordados pelos dois presidentes sinaliza uma tentativa de estabilização das relações bilaterais, que têm oscilado entre momentos de forte tensão e cooperação estratégica. A continuidade e os desdobramentos dessas conversas comerciais poderão ter impactos não apenas na relação sino-americana, mas também na economia global.
Com a criação do novo mecanismo, Pequim e Washington tentam dar um o concreto rumo à previsibilidade e à superação de imes. Resta saber se os interesses divergentes em áreas sensíveis como segurança nacional, inovação tecnológica e cadeias produtivas globais permitirão que a diplomacia econômica prospere além das intenções iniciais.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: