Estados Unidos e China retomam negociações de um novo acordo comercial
Representantes dos dois países se reúnem em Londres
247 - Representantes dos Estados Unidos e da China se reúnem nesta segunda-feira (9), em Londres, para tentar destravar as negociações de um novo acordo comercial, em meio à guerra tarifária intensificada pelo governo de Donald Trump. A informação é da emissora estatal chinesa CCTV e foi confirmada pelo próprio presidente norte-americano em sua rede social Truth Social, segundo o g1.
A delegação dos EUA será composta pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário do Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial, embaixador Jamieson Greer. A expectativa, segundo Trump, é de que o encontro transcorra de forma positiva. “A reunião deverá ocorrer com grande sucesso. Agradecemos a atenção dispensada!”, declarou ele na última sexta-feira (6), um dia após conversar por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping.
Clima tenso, mas promissor - Na ligação com Trump, Xi reforçou o compromisso da China com o pacto provisório firmado em Genebra no dia 12 de maio, no qual os dois países acordaram em reduzir as tarifas mútuas por 90 dias. “Diálogo e cooperação são a única escolha correta para a China e os Estados Unidos”, afirmou o líder chinês, reiterando que o país “cumpriu o acordo de maneira séria e sincera”. Xi também destacou que ambas as nações “devem respeitar as preocupações um do outro e manter uma postura de igualdade”.
O presidente dos EUA, por sua vez, declarou que os dois líderes foram capazes de resolver “complexidades” nas negociações sobre as tarifas de importação, descrevendo o diálogo como produtivo para ambos os lados. Na semana anterior, Trump havia reconhecido publicamente as dificuldades de entendimento: “gosto do presidente Xi da China. Sempre gostei e sempre gostarei, mas ele é muito duro e extremamente difícil de fazer um acordo”, publicou.
A escalada tarifária: de Genebra a Londres - A atual rodada de conversas ocorre após semanas de tensão crescente. Após a do acordo provisório em maio, os imes voltaram à tona. No dia 30 de maio, Trump acusou a China de descumprir termos do acordo. A resposta veio do Ministério do Comércio chinês, que qualificou as acusações como “infundadas” e prometeu adotar medidas firmes para proteger seus interesses.
Em meio ao ime, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou em 2 de junho que o presidente norte-americano buscaria retomar o diálogo diretamente com Xi Jinping. Esse gesto resultou na conversa telefônica do dia 5 e, agora, no novo encontro presencial entre as delegações.
Troca de tarifas atingiu patamares recordes - A guerra tarifária teve início em abril, quando Trump anunciou um tarifaço sobre importações, afetando principalmente a China. O país asiático foi alvo de uma tarifa de 34%, além dos 20% já existentes, totalizando 54% sobre produtos chineses. Em retaliação, Pequim aplicou a mesma taxa aos produtos norte-americanos.
Diante da resistência chinesa em ceder, Trump anunciou nova rodada de aumentos. Em 8 de abril, caso não houvesse recuo chinês, o percentual subiria para 104%. A China não apenas manteve as tarifas como elevou os tributos para 84%. Trump, então, impôs novos 50 pontos percentuais, alcançando 125%, somados a uma tarifa anterior de 20%. Em resposta, a China igualou a carga tributária, também para 125%.
No auge da escalada, em 10 de abril, a Casa Branca informou que as tarifas efetivas sobre produtos chineses haviam alcançado 145%. A China respondeu no dia seguinte, com o mesmo percentual. Embora os EUA tenham sinalizado “pausa” no tarifaço para 180 países, a China continuou como alvo prioritário.
Um acordo possível? - Embora o clima entre os dois países siga volátil, o acordo provisório de Genebra permanece como base para um eventual entendimento definitivo. A reunião desta segunda, em Londres, pode indicar os próximos os rumo à desescalada — ou o aprofundamento do confronto comercial.
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