'Flotilha da Liberdade expõe Israel a um grande desgaste', afirma Lejeune Mirhan
Sociólogo avalia que ação humanitária em Gaza rompe cerco da propaganda israelense e evidencia riscos assumidos por ativistas
247 - Em entrevista concedida à TV 247, o sociólogo, professor e analista internacional Lejeune Mirhan afirmou que a nova tentativa de furar o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza representa “um grande desgaste” para o regime de Tel Aviv. O comentário diz respeito à intercepção, no domingo (8), do barco Madleen, pertencente à Flotilha da Liberdade, que levava ajuda humanitária a palestinos submetidos ao cerco e à ofensiva militar israelense. A embarcação foi apreendida pelas forças israelenses em águas internacionais, numa ação que viola o direito internacional. Os 12 ativistas a bordo, entre eles a ativista ambiental Greta Thunberg, foram detidos e depois deportados a seus países de origem.
Mirhan classificou a ação como “crônica de uma morte anunciada”, enfatizando que os ativistas tinham consciência de que não chegariam a Gaza, mas decidiram seguir em frente como forma de resistência. “Evidentemente que a Flotilha não chegaria a seu destino. Israel não permitiria. Se esse pessoal que estava ali dentro, essa juventude, sabia que dificilmente chegaria, por que fazem? Fazem porque é parte da luta para o enfrentamento de Israel”, afirmou.
Para ele, o impacto midiático da iniciativa é o que mais incomoda Israel: “essa propaganda, que está a mídia mundial falando, isso é um desgaste a Israel”. O professor ainda destacou o papel decisivo da presença de Greta Thunberg a bordo, considerada por ele um fator que impediu um desfecho violento. “A Greta Thunberg dentro do navio é o seguro de vida de todos os membros, daqueles 12. Se ela ali não estivesse, poderia ser que o desfecho não fosse esse”, observou. Ele lembrou a tragédia de 2010, quando outra flotilha humanitária foi atacada por Israel e resultou na morte de civis.
O analista defendeu que ações como essa sejam repetidas, apesar dos riscos e dos custos envolvidos. “Nós deveríamos fazer novas ações, novas incursões. Isso expõe Israel a um grande desgaste. Sei que é muito difícil fazer isso, tem um custo, o fretamento de um barco desse, o seguro é caro; tudo isso é muito difícil. Há um risco. Israel poderia ter matado… Acho que deveríamos persistir”.
A mensagem final de Mirhan foi de apoio e reconhecimento à iniciativa dos ativistas, classificando a missão como uma forma legítima e desarmada de enfrentamento. “Essa medida é uma medida positiva, de enfrentar Israel de peito aberto, ou seja, vai para o confronto, mas um confronto desarmado, como foi exercido em muitos momentos da história. Parabéns a esta iniciativa”.
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