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A serviço do mercado financeiro, grande mídia transforma alta do IOF em pauta prioritária do país, critica Moisés Mendes

Jornalista ainda condena pressão da imprensa por corte de gastos em cima dos mais pobres: “querem cortar ganho real do salário mínimo, do BPC”

Lula, Moisés Mendes e Fernando Haddad (Foto: ABR | Divulgação)
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247 - Em entrevista à TV 247, o jornalista Moisés Mendes fez duras críticas à atuação da grande mídia brasileira, que, segundo ele, tem priorizado pautas do interesse exclusivo do mercado financeiro e da classe média, em detrimento das necessidades da maioria da população. A principal denúncia de Mendes recai sobre a cobertura da elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que, na sua visão, vem sendo tratada como uma crise nacional artificialmente inflada.

“Todos os jornais tratam de um assunto que é do interesse do mercado financeiro e da classe média. Isso não tem o interesse do povo”, disse o jornalista, rebatendo as críticas ao aumento do IOF. Para ele, o imposto incide sobre operações de crédito, mas seu impacto positivo em termos de arrecadação e redistribuição é amplamente superior aos efeitos negativos da tributação. “O efeito em benefício de todos é muito maior do que qualquer dano que possa ter de aumento de tributação”, argumentou.

“O jogo é feio e vai ficar pior” - Moisés Mendes destacou ainda que a reação da mídia corporativa segue um padrão: atacar qualquer tentativa de ampliação da arrecadação junto aos mais ricos e pressionar o governo federal a cortar gastos — especialmente os que beneficiam os mais pobres. “O jogo [da grande mídia] é feio e vai ficar pior”, alertou o jornalista, questionando a narrativa que tenta transformar o ministro Fernando Haddad (PT) em alguém supostamente irresponsável por propor o aumento do IOF. “O Haddad seria um cara tão irresponsável a ponto de fazer essa proposta sem pensar nas consequências dela?”, ironizou.

Segundo ele, a política econômica envolve decisões difíceis e, nesse momento, a por um processo de “tentativa e erro”. O problema, diz Mendes, é que a imprensa hegemônica reage a qualquer proposta de arrecadação elevando o tom em favor de cortes de despesas, mirando sempre os direitos sociais. “O que eles querem falando de redução de despesas para que não aconteça uma tentativa de arrecadação? Querem cortar ganho real do salário mínimo”, denunciou.

Pressão por revisão de direitos fundamentais - O jornalista alertou para a crescente insistência da mídia em pautas como a revisão de programas sociais essenciais. “Essa pauta está frequente em toda a grande mídia, na Globo, no Estadão, na Folha de S. Paulo”, disse. Um dos pontos mais graves, segundo ele, é a pressão para rever o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo mensal a idosos em situação de vulnerabilidade que não contribuíram para a Previdência. “Agora a pior de todas as pautas, que alguns já caíram nessa armadilha: fazer revisão do BPC”, afirmou.

Mendes ressalta a gravidade da proposta: “é o salário mínimo pago para velhinhos que não contribuíram com a Previdência e que se sustentam e sustentam a família com esse salário mínimo”. E alerta que essa ofensiva tem um caráter político perigoso: “se o governo cair na armadilha de que tem que fazer a revisão do BPC, podem ter certeza que vão oferecer mais um vídeo para o Nikolas Ferreira”.

Por fim, o jornalista fez um alerta direto ao governo federal: a pressão pela redução de despesas não cessará e tende a recair sobre os pilares do Estado de bem-estar social. “Eles não vão parar de cobrar corte de despesas, e corte em saúde, educação, benefícios sociais e BPC, que é a questão mais preocupante de todas”, concluiu.

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