Interrogatórios sobre trama golpista fortaleceram a denúncia, avaliam ministros do STF
Acusados negam conspiração, mas item reuniões e documentos citados pela PGR como provas-chave
247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que os interrogatórios do “núcleo crucial” da trama golpista ocorreram dentro do esperado e não trouxeram fatos novos, informa o g1. A avaliação é de que os acusados tentaram se descolar dos crimes, mas itiram a presença em reuniões em que foi discutida a “minuta do golpe”.
Os interrogados também mencionaram os considerandos da minuta — a parte introdutória do texto —, que teria sido pensada para justificar juridicamente medidas antidemocráticas, segundo o entendimento da acusação. Ainda que os réus tenham negado ter tratado de temas golpistas, investigadores destacam que há elementos que sustentam essa versão, como depoimentos de testemunhas, trocas de mensagens e anotações.
A PGR considerou especialmente importante o interrogatório do tenente-coronel Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. Na visão dos procuradores, ele reafirmou os principais fatos já relatados em sua colaboração, que envolvem diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro nas articulações.
Do lado das defesas, chamou atenção a atuação do ministro Luiz Fux, que participou ativamente das audiências com perguntas aos réus. Há expectativa entre os advogados de que Fux possa atuar como um contraponto ao relator, ministro Alexandre de Moraes, no momento do julgamento — ainda que informalmente.
Encerrados os depoimentos, o ministro Alexandre de Moraes abriu prazo de cinco dias para que a PGR e as defesas indiquem se consideram necessário realizar novas diligências. Os pedidos podem ou não ser aceitos e influenciam o ritmo da tramitação.
Na sequência, inicia-se a fase de alegações finais, com prazo de 15 dias para manifestação da PGR. Depois, a defesa de Mauro Cid terá também 15 dias, e o mesmo prazo será então concedido aos demais réus.
Concluídas essas etapas, caberá a Moraes elaborar seu voto como relator da ação penal. Não há prazo definido para isso. Quando o processo estiver pronto, será encaminhado para julgamento na Primeira Turma do STF, que deve ocorrer no segundo semestre.
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