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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Lula se afasta de Trump e se aproxima de Putin e Xi Jinping

"O presidente Lula traçou essa semana o novo rumo estratégico do seu governo"

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante jantar oferecido pelo Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin.Grande Palácio do Kremlin. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Lula traçou essa semana o novo rumo estratégico do seu governo.

Está se desligando dos Estados Unidos e se ligando com a China e a Rússia, no âmbito do BRICS, do qual é fundador e membro ativo.

A presidenta do Banco do Brics é a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, exercitando terceiro mandato.

Fecha, portanto, o círculo de ação estratégica de Lula, na geopolítica global, posicionando os interesses nacionais a serviço da multipolaridade conduzida pelas forças conjugadas dentro do BRICS.

Trata-se do novo condutor político de nova ação global alternativa à dominância imperialista americana.

O presidente está fazendo questão de explicitar suas divergências com Trump e suas convergências com Xi Jinping e Vladimir Putin.

As forças econômicas e militares dentro do BRICS, como novo polo de poder mundial, na fase pós Guerra na Ucrânia, estabelecem novo status quo.

“Como é bom ter a China como aliada”, disse Lula; é como se tivesse em casa.

Em contrapartida, Lula acusou claramente o presidente Donald Trump de estar colocando a economia mundial de cabeça para baixo, espalhando terror econômico.

 

BUSCA DA PREVISIBILIDADE

 

O presidente brasileiro sabe que não cumprirá seus compromissos com a sociedade brasileira, de tocar desenvolvimento com justiça social, conforme prometeu em campanha eleitoral, diante de terror econômico.

O terrorismo tarifário trumpista espalha instabilidade econômica e perigo de convulsão política.

A cobrança generalizada, pelo império, de tarifas de importação de todo o mundo para aumentar as rendas dos grupos monopolistas que comandam a economia americana desestabiliza as relações de troca e criam tensões internacionais.

Por isso, Lula faz a opção estratégica, saindo da instabilidade capitalista americana e migrando para a estabilidade chinesa, que tem sentido, organização, planejamento e projetamento do crescimento econômico que afastam incertezas dos investidores.

Enquanto o PIB americano despencou para 0,3% no primeiro trimestre, o PIB chinês está programado para crescer 5% em 2025.

Os empresários do mundo voltam para a China porque a propensão empresarial generalizadamente é por previsibilidade e segurança e não pelo contrário, que é o que Trump está vendendo: imprevisibilidade, insegurança e terror econômico.

 

PLATAFORMA DE SEGURANÇA

 

Lula, como presidente do BRICS, que se reunirá no Brasil, em 2025, projeta sua estratégia externa para vender internamente credibilidade e desenvolvimento.

Caso contrário, a imprevisibilidade trumpista, ao vender incerteza, produz incapacidade de Lula, se ficar amarrado a Trump, cumprir suas promessas de campanha eleitoral nos dois últimos anos finais do seu terceiro mandato.

Como pretende disputar o quarto mandato, sua expectativa somente se realiza se tiver a garantia dos investimentos chineses, porque os investimentos americanos dificilmente chegarão, dentro da lógica econômica trumpista do protecionismo nacionalista americano.

O capitalismo americano virou risco do qual o mercado está fugindo, vendendo papéis do tesouro dos Estados Unidos, temeroso de estouro de bolhas especulativas.

A redução do déficit comercial americano, como prioridade da política econômica protecionista trumpista, eleva o risco de inflação e desemprego, como alertou o presidente do FED, Jerome Powell, pressionado por Trump para não aumentar a taxa de juro americana.

Trump está chamando Powell de tolo, talvez antevendo que se o juro subir, o caldo especulativo da dívida pública entorne, e ele culpará Powell pelo eventual desastre.

O fato é que esse quadro de incerteza é que está por trás das articulações políticas do presidente Lula de embarcar, mais decididamente, na canoa do BRICS, ancorada pela força conjunta China-Rússia.

Melhor do que ficar com um pé no barco de Trump, que tende a afundar.

 

LULA E AS NOVAS LIDERANÇAS GLOBAIS

 

As solenidades de comemoração dos 80 anos de vitória da União Soviética sobre o nazifascismo estavam carregadas de simbolismo.

Putin é o novo líder militar no mundo por derrotar a poderosa OTAN – Europa e Estados Unidos – na Guerra na Ucrânia.

E ao lado dele, na Parada Triunfal de Moscou, Xi Jinping, que desmoraliza a política tarifária de Trump, é a voz da China como liderança econômica internacional.

Lula prioriza ficar ao lado de ambos, e se exalta nessa posição ao lembrar que o mundo ganha com a China no comado da economia global.

Os chineses conferem previsão e estabilidade globais, afastando o que o presidente chama de maluquices de Trump, pura instabilidade e perigo.

Portanto, é nesse cenário que o presidente Lula se movimenta para se posicionar ao lado de quem está dando as cartas, frente à fragilidade relativa dos Estados Unidos.

Trump, em 100 dias de governo, colher impopularidade por desestabilizar a economia mundia.

O presidente americano é o fator de risco mundial.

 

QUE DIRÁ O CONGRESSO?

 

No Congresso Nacional, o presidente Lula terá a missão de atrair adeptos para sua nova posição, contrária à  base congressista dominada pelo conservadorismo ditado de Washington.

A mídia conservadora pró-Washington critica a opção de Lula pela Rússia e pela China, no momento em que dão as coordenadas políticas e econômicas ao capitalismo americano trumpista relativamente fragilizado e sem credibilidade diante dos seus antigos aliados, dos quais se afasta com sua política protecionista.

Esse é o palco no qual a luta política se desenrolará, de agora em diante,  estando os conservadores divididos, porque sua sobrevivência política, como é o caso dos produtores rurais do agronegócio que comandam a economia ao lado do mercado financeiro especulativo, dependem da demanda chinesa.

A burguesia tupiniquim não está querendo mais a estratégia americana do tripé neoliberal que a empobrece com os juros altos para financiar a dívida pública com a qual somente a Faria Lima ganha, enquanto o resto se afunda.

A opção chinesa pode ou não aumentar a popularidade de Lula, sabendo que a economia nacional ou a depender da China e não mais dos Estados Unidos, como opção política soberana para garantir reeleição em 2026?

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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