Governo do RJ afasta chefe do Bope e mais 12 após assassinato em festa junina

247 - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), exonerou neste domingo (8) os comandantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Comando de Operações Especiais (COE), após uma operação policial realizada durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul da capital, terminar com um jovem morto e cinco feridos. A decisão foi tomada cerca de 24 horas depois da ação, e o afastamento de 12 policiais envolvidos também foi determinado. A informação é do g1. 

A operação, conduzida por duas equipes do Bope com nove agentes cada, deixou um morto — o office-boy Herus Guimarães Mendes, de 24 anos — e cinco pessoas feridas, sendo que apenas uma delas ainda estava internada até a publicação da reportagem. O episódio provocou forte repercussão nas redes sociais e pressões por responsabilizações imediatas."

Agora pela manhã, em uma reunião com os secretários de estado de Segurança e da Polícia Militar, determinei o afastamento imediato dos responsáveis por autorizar a operação na madrugada de ontem, na comunidade do Santo Amaro, em meio a uma festa popular", publicou o governador Cláudio Castro em suas redes sociais.Com a exoneração dos coronéis Aristheu de Góes Lopes (Bope) e André Luiz de Souza Batista (COE), assumem interinamente os respectivos subcomandantes das unidades. No Bope, o tenente-coronel Nascimento estará à frente até esta segunda-feira (9), enquanto o tenente-coronel Alex Benevenuto Santos comandará o COE. Este último já dirigiu o Bope e o Batalhão de Choque em gestões anteriores.

Segundo apuração do g1, 18 policiais participaram da ação, mas 12 deles efetivamente se envolveram no confronto. Herus Guimarães Mendes, que foi morto durante a operação, era office-boy e deixou um filho de apenas dois anos. Ele foi sepultado na tarde deste domingo, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. Familiares e amigos se reuniram para prestar as últimas homenagens e pedir justiça."Estamos reunindo o pouco de força que a gente tem, com amigos e familiares, porque a gente vai ter que seguir cuidando dele [do filho de Herus]. Nós vamos ajudar a criá-lo porque é uma semente que meu filho deixou para nós", declarou emocionado Fernando Guimarães, pai da vítima, durante o velório.Cláudio Castro afirmou que a operação está sendo investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. O governador também garantiu que o Ministério Público terá o ir às imagens captadas pelas câmeras corporais dos policiais envolvidos."Em conversa com o Ministério Público, demos nossa garantia de que todas as imagens do evento, gravadas pelas câmeras corporais dos policiais, serão disponibilizadas para que as responsabilidades sejam apuradas", disse.

Ao final do pronunciamento, o governador prestou solidariedade às famílias das vítimas."Me solidarizo com os familiares e amigos do jovem Herus Guimarães Mendes e das outras vítimas que foram atingidas durante a festa. Sei que palavras não vão trazer ninguém de volta e nem diminuir a dor de se perder um ente querido, mas fica aqui a minha tristeza e indignação", publicou Castro.

O caso reforça o debate sobre a atuação das forças de segurança em áreas densamente povoadas e em eventos populares, especialmente em um contexto de pouca transparência na autorização e execução de operações durante eventos públicos. A investigação segue em andamento.