Trama golpista: réu, Bolsonaro minimiza tentativa de golpe no 8/1 e diz que 'fica até arrepiado'
O político da extrema-direita chamou de "pobres coitados" os seus apoiadores que participaram das manifestações terroristas
247 - Réu no inquérito da trama golpista conduzido pelo Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro (PL) tentou minimizar a tentativa de golpe e negou ter adotado medidas inconstitucionais, ao prestar depoimento nesta terça-feira (10) à Corte, em Brasília (DF).
“Nunca fugi das quatro linhas da Constituição. Golpe… eu fico até arrepiado quando se fala que 8/1 foi um golpe. Mil e quinhentas pessoas, pobres coitados, que até foi levantado pelos que me antecederam agora há pouco aqui… 100 ônibus chegaram na região do setor metaurbando na madrugada de domingo e o pessoal foi logo embora depois da baderna. E sobrou para o pessoal que estava aqui. Quem realmente fez, foi embora. Não foi encontrada uma arma de fogo com essas pessoas”, disse.
O STF tornou Bolsonaro e mais 30 réus na investigação da trama golpista. De acordo com as investigações, os participantes do plano ilegal também discutiram a possibilidade dos assassinatos do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.
O Supremo tornou mais de 500 réus no inquérito dos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Essas manifestações bolsonaristas fazem parte de outra investigação, mais ampla, sobre a trama golpista, que resultaram em mais de 30 réus.
Após Bolsonaro usar novamente a expressão "dentro das quatro linhas da Constituição" para justificar declarações golpistas, vale recordar que o STF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) haviam apontado que o plano de ruptura institucional era dividido em pelo menos quatro núcleos. De acordo com investigadores, o Núcleo 2 prestava o assessoramento jurídico e intelectual para o golpe.
Núcleo 1, ou “Núcleo Crucial”, de uma organização criminosa que buscava impedir o regular funcionamento dos Poderes da República e depor o governo legitimamente eleito. O 3 é investigado por planejar ações táticas para impedir a posse de Lula. O 4 é acusado de ações de desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades em 2022.
Além de Bolsonaro, outro réu que prestou depoimento ao STF esta semana foi o tenente-coronel Mauro Cid. Segundo o militar, o ex-mandatário recebeu e leu a minuta do golpe. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que o político da extrema-direita queria o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes.
Aliados de Bolsonaro estão prestando depoimento ao Supremo, que ainda vai anunciar a decisão final para os 31 réus que estão sendo julgados (condenação ou absolvição).
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