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Reino Unido tenta adiar cronograma de Trump para gasto militar na Otan

Londres propõe meta de 3,5% do PIB em defesa apenas em 2035, três anos depois da proposta defendida por Trump e pelo comando da aliança

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, participa de uma coletiva de imprensa em Roma, Itália, em 16 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Remo Casilli)
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247 - O jornal britânico The Times revelou que o Reino Unido está liderando um esforço para adiar o cumprimento das metas de gasto militar propostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo secretário-geral da Otan, Mark Rutte. 

A proposta americana defende que os países-membros da aliança militar em a destinar até 5% de seus respectivos PIBs à defesa até 2032. Desse montante, 3,5% seriam alocados diretamente para despesas militares e 1,5% para setores correlatos, como infraestrutura e serviços de inteligência.

Contrapondo-se a esse cronograma mais agressivo, o governo britânico defende que a meta de 3,5% para gastos diretos com defesa só seja alcançada em 2035, sob o argumento de que esse prazo seria mais compatível com os ciclos políticos dos países e daria à indústria de defesa tempo suficiente para ampliar sua capacidade produtiva.

Londres articula apoio europeu

Além do Reino Unido, países como Itália, Espanha e Portugal estariam alinhados à proposta de adiar o cronograma de investimento. Segundo fontes citadas pelo Times, o plano britânico prevê um aumento gradual do orçamento militar: 2,5% do PIB até abril de 2027, 3% até 2034 e 3,5% até 2035. No entanto, até o momento, não há um plano claro sobre como o governo britânico pretende financiar o acréscimo orçamentário além dos 2,5% — parte dos quais seriam cobertos com recursos originalmente destinados à ajuda internacional.

Em preparação para a cúpula da Otan que será realizada em Haia ainda este mês, os países-membros negociam não apenas os percentuais de investimento, mas também os prazos para cumpri-los. Um representante da aliança, citado pelo jornal, observou: “Todo mundo falava de porcentagens, agora, de repente, o debate é sobre prazos”.

Pressão de Trump e desafios internos

O governo Trump tem pressionado por um engajamento financeiro mais robusto dos aliados europeus diante do que considera um cenário internacional mais perigoso, especialmente após a intensificação do conflito com a Rússia. A proposta americana está amparada por novos “alvos de capacidade” definidos pela Otan, que am a ser baseados em planos operacionais específicos atribuídos a cada país. Esses planos visam sanar o déficit deixado pelo planejamento anterior de 2021, quando apenas entre 60% e 80% das metas militares foram cumpridas — e que agora foram ampliadas em 30%.

Dentro do Reino Unido, o debate sobre os gastos militares divide o governo e a oposição. O líder do Partido Trabalhista, Sir Keir Starmer, tem evitado compromissos firmes com a meta de 3% do PIB, afirmando apenas que há “ambição” de alcançá-la. Já a chanceler Rachel Reeves anunciou que o orçamento de defesa será elevado a 2,5% até 2027 — um índice que pode chegar a 2,6% se incluídos os investimentos em inteligência e operações especiais.

No entanto, a proposta orçamentária apresentada por Reeves prevê que parte desses valores será usada para cobrir políticas anteriormente alocadas ao Ministério das Relações Exteriores, como o combate a interferências eleitorais externas e campanhas de desinformação. Essa realocação foi criticada por membros da oposição, como James Cartlidge, secretário de defesa no gabinete paralelo, que afirmou: “Não há plano para chegar a 3%, e até mesmo o patamar de 2,5% em 2027 está sob dúvida, considerando o jogo de cena do Partido Trabalhista ao incluir gastos de outros departamentos no orçamento do Ministério da Defesa”.

Debate estratégico em um novo contexto geopolítico

Com a cúpula da Otan se aproximando, cresce a pressão para que os países-membros definam não apenas metas ambiciosas, mas também caminhos realistas para alcançá-las. Um porta-voz da aliança advertiu contra o que chamou de “corrida de última hora” e defendeu que os aliados “comecem a tarefa de casa” imediatamente, delineando planos concretos que incluam mais investimentos, cooperação, recrutamento e exercícios conjuntos.

O Reino Unido, ao buscar estender o cronograma, tenta equilibrar suas obrigações internacionais com as limitações internas de orçamento e planejamento. Resta saber se essa postura será suficiente para convencer Trump, que assumiu seu segundo mandato com promessas de cobrar mais firmeza dos aliados, a aceitar um adiamento no esforço militar europeu.

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