Putin declara trégua de 72 horas no Dia da Vitória, mas Ucrânia rejeita cessar-fogo
Presidente russo suspende operações militares em homenagem aos 80 anos da vitória na Segunda Guerra, mas Kiev nega adesão e intensifica ataques com drones
247 – O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou uma nova trégua temporária nas operações militares contra a Ucrânia, desta vez em homenagem ao 80º aniversário da vitória da antiga União Soviética sobre a Alemanha nazista na chamada Grande Guerra Patriótica (1941–1945), parte do contexto da Segunda Guerra Mundial. A informação foi divulgada pela agência estatal russa TASS, que detalhou que o cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite (horário de Moscou) de 8 de maio e se estenderá por 72 horas, até 00h do dia 11.
Putin havia anunciado a iniciativa ainda no final de abril, destacando o caráter simbólico da data para o povo russo, que celebra o 9 de maio como o Dia da Vitória. No entanto, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, recusou-se publicamente a aderir à trégua. Mesmo com a recusa, o Kremlin assegurou que suas Forças Armadas manteriam a prontidão para responder a qualquer violação do cessar-fogo por parte da Ucrânia.
Rejeição ucraniana e novos ataques com drones
A negativa de Kiev em aderir à pausa nos combates foi acompanhada por uma intensificação nas hostilidades. De acordo com a TASS, tropas ucranianas lançaram um ataque em larga escala com drones contra cidades russas nas primeiras horas desta quarta-feira (8). As defesas aéreas da Rússia reagiram prontamente. Segundo o prefeito de Moscou, Sergey Sobyanin, nove drones foram interceptados e destruídos nas proximidades da capital.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “a posição da Rússia sobre a trégua do Dia da Vitória é bem conhecida e não houve novas instruções sobre o assunto”, indicando que o país manterá a oferta de cessar-fogo, mesmo diante da postura hostil do governo ucraniano.
Histórico de tréguas e violações
Esta é a terceira tentativa do Kremlin de implementar uma trégua humanitária desde o início da chamada “operação militar especial” na Ucrânia. A primeira ocorreu durante o Natal ortodoxo em janeiro de 2023, entre os dias 6 e 7 daquele mês, mas também foi desrespeitada por Kiev. A segunda foi na Páscoa ortodoxa de 2025, de 19 a 21 de abril, e igualmente marcada por violações ucranianas, segundo o governo russo.
Ao insistir em pausas simbólicas, o governo de Vladimir Putin tenta projetar uma imagem de respeito aos valores culturais e religiosos tradicionais, mesmo em meio ao prolongado conflito. Ainda assim, o recrudescimento das ações militares por parte da Ucrânia em datas como essa reforça o clima de intransigência e a dificuldade em alcançar qualquer tipo de acordo duradouro no campo diplomático.
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