Irã celebra 46 anos da Revolução Islâmica em meio a desafios internos e tensões globais
Celebrações ocorrem em meio a desafios internos, sanções e tensão com o Ocidente sobre programa nuclear
247 - Nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2025, o Irã completa 46 anos da Revolução Islâmica, evento que redefiniu o cenário geopolítico do Oriente Médio. A data, conhecida como "Alvorecer da Revolução" (Dawn of the Revolution), é marcada por discursos, manifestações e atos patrióticos em todo o país, relembrando a liderança do Ayatollah Ruhollah Khomeini e a transformação do Irã em uma República Islâmica.
A Revolução de 1979 derrubou o regime monárquico do Xá Reza Pahlavi, acusado de corrupção, autoritarismo e alinhamento excessivo com o Ocidente, em especial os Estados Unidos. No lugar da monarquia, foi estabelecido um regime teocrático xiita, que mesclou religião e Estado de maneira inédita no século XX.
O impacto histórico da Revolução - A chegada dos aiatolás ao poder representou uma mudança drástica para o Irã, que antes da Revolução Islâmica era um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio. O país se tornou símbolo de resistência contra o imperialismo e reforçou sua identidade islâmica nacionalista, promovendo políticas de nacionalização da economia e rejeitando a influência das grandes potências.
O novo regime também inspirou movimentos islâmicos em outras nações, consolidando o Irã como uma potência regional. No entanto, o rompimento com os EUA levou a uma escalada de tensão, incluindo a crise dos reféns em 1979, e décadas de sanções que impactaram profundamente a economia iraniana.
O Irã de hoje: sanções, crises e insatisfação popular - Quase cinco décadas depois, o país enfrenta desafios internos cada vez mais evidentes. A economia iraniana segue fragilizada por sucessivas sanções internacionais, que afetam setores-chave como o petróleo e a indústria. A inflação elevada e o desemprego alimentam o descontentamento popular, especialmente entre os mais jovens, que clamam por reformas e maior liberdade política.
Nos últimos anos, protestos contra o regime se intensificaram, com mobilizações ocorrendo em 2022 e 2023, após a morte de Mahsa Amini, que provocou revolta contra as restrições impostas às mulheres pelo governo. Apesar da repressão severa, as manifestações revelaram fissuras na sociedade iraniana, dividida entre os que defendem os princípios revolucionários e os que exigem mudanças estruturais.
Diplomacia e disputas globais - No campo internacional, o Irã continua sendo um ator central nas tensões do Oriente Médio. Sua influência se estende por aliados estratégicos como o Hezbollah no Líbano e grupos xiitas no Iêmen e no Iraque.
A principal fonte de atrito com o Ocidente, no entanto, segue sendo o programa nuclear iraniano. Apesar de negociações intermitentes para retomar o acordo de 2015, os Estados Unidos e aliados como Israel mantêm suspeitas sobre a intenção do Irã de desenvolver armas nucleares. Isso resultou em novas sanções e na ampliação da presença militar dos EUA na região, aumentando o risco de confrontos.
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