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Goldman Sachs recua em apostas arriscadas após tarifas de Trump estremecerem os mercados

Executivo do banco de investimento ite redução de exposição ao risco e alerta para déficits “insustentáveis” sob o governo do presidente dos EUA

Goldman Sachs. Foto: REUTERS/David Gray (Foto: editoria)
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247 - Diante da escalada de incertezas provocada pelas políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o banco de investimentos Goldman Sachs decidiu reduzir significativamente sua exposição ao risco. 

A informação foi confirmada por John Waldron, presidente e diretor de operações da instituição, durante entrevista a um podcast da própria Goldman, divulgada nesta quinta-feira (5). A matéria original foi publicada pelo Financial Times.

“Moderamos nosso posicionamento de risco”, afirmou Waldron, ao comentar os efeitos da decisão de Trump, anunciada em 2 de abril, de impor aumentos generalizados de tarifas contra parceiros comerciais dos EUA. Para o executivo, essa estratégia de proteção é, segundo suas palavras, “uma medida sensata”.

Estratégia mais cautelosa

De acordo com Waldron, a retração da instituição diante das turbulências no mercado será particularmente percebida nas áreas de mercados de capitais e serviços de facilitação de negociações para clientes. “Sempre que possível, reduzimos nossa exposição e atuamos de forma mais conservadora”, explicou o executivo, que é apontado como possível sucessor do atual CEO David Solomon.

Além disso, o presidente do Goldman Sachs destacou que a instituição está adotando uma postura mais prudente em relação à liquidez. “Estamos gerenciando melhor nossa liquidez e mantendo um colchão um pouco maior”, disse, acrescentando que o banco pretende operar de forma “mais equilibrada”, sem excessos de agressividade.

Efeitos da política de Trump

As tensões provocadas pela guerra comercial deflagrada por Trump causaram uma onda de volatilidade nos mercados financeiros globais, beneficiando momentaneamente instituições como o próprio Goldman Sachs, que viram suas receitas com negociações de ações e dívidas aumentarem no primeiro trimestre. No entanto, os efeitos colaterais da incerteza política foram imediatos: empresas adiaram planos de investimento e fusões, afetando negativamente as receitas com consultoria financeira.

Ainda que a volatilidade tenha diminuído nas últimas semanas, a possibilidade de novas imposições tarifárias permanece no horizonte, mantendo os agentes do mercado em alerta.

“Slowflation”, não recessão

Em entrevista adicional ao Financial Times, Waldron afastou a possibilidade de uma recessão nos EUA, mas descreveu um cenário de crescimento econômico modesto. “Estamos esperando uma ‘slowflation’, com crescimento entre 1% e 1,5% e inflação em torno de 3%”, disse. “Não considero isso uma estagflação. É algo menos pernicioso”, explicou, ao comparar com o período de estagflação vivido pelos Estados Unidos na década de 1970.

Apesar da cautela generalizada, o executivo observou sinais iniciais de retomada da confiança no ambiente corporativo norte-americano. Um dos indícios é o aumento das ofertas públicas iniciais (IPOs) nas últimas semanas. “As empresas estão começando a dar pequenos os e se mostram mais dispostas a agir”, afirmou.

Alerta sobre os déficits dos EUA

Waldron também uniu-se a outros nomes influentes de Wall Street, como Jamie Dimon (JPMorgan) e Larry Fink (BlackRock), ao manifestar preocupação com o avanço do déficit público norte-americano. “Parece imperativo reduzir os déficits”, afirmou. “Eles estão ficando bastante grandes, e eu diria que são insustentáveis se continuarmos nesse ritmo.”

Questionado sobre uma possível fuga de capital dos ativos norte-americanos devido às incertezas fiscais e comerciais, Waldron respondeu que os clientes da Goldman Sachs estão fazendo “uma leve redução na alocação” de recursos nos EUA e buscando formas de proteção contra o dólar. “É uma mudança marginal de comportamento. Mas quanto mais tempo essas políticas permanecerem instáveis, maior será a probabilidade de movimentos mais significativos”, avaliou.


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