EUA recuam e flexibilizam taxas portuárias para navios construídos na China
Após forte reação da indústria, governo Trump ajusta tarifas para mitigar impacto no comércio e estimular construção naval doméstica
247 - O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (17) a flexibilização das tarifas portuárias inicialmente propostas para navios construídos na China. A medida, que visava impulsionar a indústria naval americana e reduzir a dependência de embarcações chinesas, enfrentou forte oposição de diversos setores da economia. As informações são da agência Reuters.
A proposta original previa tarifas de até US$ 1,5 milhão por escala em portos americanos para navios construídos na China. No entanto, após críticas de exportadores, operadores portuários e representantes da indústria marítima, o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) revisou a proposta, introduzindo isenções e ajustes nas taxas.
Entre as mudanças, destacam-se as isenções para navios que operam entre portos domésticos dos EUA, incluindo os Grandes Lagos, o Caribe e territórios americanos. Além disso, embarcações que chegam vazias aos portos dos EUA para carregar exportações, como trigo e soja, também estarão isentas das tarifas. Transportadoras americanas, como Matson e Seaboard Marine, se beneficiarão dessas isenções.
As tarifas revisadas, que entrarão em vigor em 14 de outubro, serão aplicadas com base na tonelagem líquida ou por contêiner descarregado, com aumentos graduais nos próximos três anos. Navios construídos e de propriedade chinesa pagarão US$ 50 por tonelada líquida, com acréscimos de US$ 30 anuais. Já navios construídos na China, mas de propriedade de empresas não chinesas, pagarão US$ 18 por tonelada líquida, com aumentos de US$ 5 por ano.
O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou: "Navios e transporte marítimo são vitais para a segurança econômica americana e o livre fluxo do comércio. As ações do governo Trump começarão a reverter o domínio chinês, enfrentarão ameaças à cadeia de suprimentos dos EUA e enviarão um sinal de demanda por navios construídos nos EUA."
Apesar das revisões, a medida continua a ser um ponto de tensão nas relações comerciais entre os EUA e a China. A China, que atualmente domina mais de 50% do mercado global de construção naval, criticou as tarifas, alegando que elas aumentariam os custos do transporte marítimo global e pressionariam a inflação nos EUA.
A indústria marítima americana, que produz cerca de cinco embarcações por ano, enfrenta desafios significativos para competir com a produção chinesa. As tarifas visam incentivar a demanda por navios construídos nos EUA, mas especialistas alertam que a revitalização da indústria naval americana exigirá investimentos substanciais e tempo para alcançar competitividade.
A implementação das tarifas será monitorada de perto por setores econômicos e parceiros comerciais, dado seu potencial impacto nas cadeias de suprimentos globais e nos preços ao consumidor.
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