"Brasil e China estão dando um exemplo para o mundo", diz Lula, em encontro com Xi
Presidente brasileiro defende multilateralismo, critica o protecionismo e propõe uma nova ordem global baseada na solidariedade entre os povos
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (13) que a parceria entre Brasil e China representa um modelo inspirador para o futuro da humanidade. Ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, na abertura da cúpula de chefes de Estado, Lula destacou que a cooperação entre os dois países aponta caminhos para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e sustentável.
“Eu acho que o exemplo que o Brasil e a China estão dando nesse momento é um exemplo gratificante para as futuras gerações, porque nós estamos mostrando que a construção de um mundo mais justo, um mundo compartilhado, vai permitir que a gente possa construir alguma coisa diferente do que aconteceu durante todo o século XX”, disse Lula.
O presidente brasileiro fez uma enfática defesa do multilateralismo, que classificou como “uma necessidade imperial”, e criticou duramente práticas protecionistas que, segundo ele, além de ineficazes para o desenvolvimento, frequentemente foram causadoras de guerras.
“O protecionismo e a taxação com tarifas exorbitantes em produtos de outros países nunca foi solução para o desenvolvimento de nenhum país, nunca foi solução para a paz. Aliás, muitas vezes a taxação de produtos de outros países resultou em guerras”, afirmou.
Lula também elogiou a postura da China diante do continente africano, destacando a importância da solidariedade com os países que sofreram com o colonialismo. Ele mencionou especificamente o caso do Haiti, que hoje reivindica da França a devolução do valor pago por sua independência.
“É algo inexplicável. O Haiti, pobre do jeito que é, está reivindicando de um país rico como a França a devolução do dinheiro que pagou pela sua independência. Ninguém de bom senso é capaz de acreditar numa loucura dessas”, declarou.
Ao reafirmar a parceria estratégica entre Brasil e China, Lula destacou que essa relação vai além dos interesses comerciais e industriais. Para ele, é essencial que a aliança se baseie em valores humanistas e se estenda aos campos cultural, educacional e científico.
“Essa parceria não é baseada apenas nos interesses comerciais dos países, nos interesses de desenvolvimento industrial. É preciso que a gente tenha consciência de que temos que mostrar ao mundo que uma parceria verdadeira tem que se transformar numa parceria humanista. Precisamos fazer parcerias no âmbito cultural, entre universidades, entre os nossos povos”, concluiu.
A declaração de Lula reforça a aposta do Brasil na consolidação de um novo eixo geopolítico, que desafia a lógica hegemônica do século XX e busca afirmar um modelo de desenvolvimento orientado pela justiça social, pela cooperação entre os povos e pela paz.
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