Nego Di é condenado a mais de 11 anos de prisão por diversos golpes com loja virtual
Dilson Alves da Silva Neto e empresário vendiam produtos com preços atrativos, mas não entregavam as mercadorias
247 - Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, e o empresário Anderson Bonetti foram condenados nesta terça-feira (10) a mais de 11 anos de prisão pelo crime de estelionato. A decisão foi divulgada pela Justiça do Rio Grande do Sul e destacada em reportagem da CNN Brasil. Ambos foram considerados culpados por aplicarem golpes em consumidores por meio da loja virtual "Tadizuera", na qual anunciavam produtos abaixo do valor de mercado, mas não efetuavam as entregas.
De acordo com a sentença, a condenação refere-se a 16 vítimas da cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. No entanto, segundo apurações da Polícia Civil, o número total de lesados chega a 370 pessoas.
Nego Di, que havia sido preso preventivamente, está em liberdade provisória desde novembro do ano ado, após ar quatro meses detido na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). O momento de sua saída foi amplamente compartilhado nas redes sociais. Ao deixar o presídio, limitou-se a dizer: “Deus é o maior”.
Após a soltura, um episódio gerou polêmica: sua então advogada, Tatiana Borsa, publicou uma foto comemorativa ao lado do cliente, com a legenda: “Como esperamos para postar este retrato”. A imagem foi apagada rapidamente, mas levou a Justiça a advertir o humorista, ressaltando que “cabe a ele zelar pelo efetivo cumprimento das condições impostas na decisão judicial que deferiu, liminarmente, a sua liberdade provisória”.
Desde então, Nego Di mudou-se para Palhoça, na Região Metropolitana de Florianópolis, em Santa Catarina, após autorização judicial concedida em dezembro do ano ado.
Esquema de estelionato
As investigações revelaram o funcionamento do golpe. Nego Di anunciava produtos como televisores, aparelhos de ar-condicionado e celulares por preços muito inferiores aos praticados no mercado, mas não realizava as entregas. Em suas redes sociais, em diferentes momentos, ele afirmou tanto ser apenas um divulgador contratado por Anderson Bonetti quanto o proprietário da loja, chegando a garantir aos clientes a entrega dos produtos.
Em uma mensagem obtida pela CNN, enviada a uma das vítimas, o influenciador declarou: “a loja era dele, mas, que durante o processo de entrega dos produtos acabou tendo um problema, justificando a demora”.
Uma das vítimas relatou que, em 2022, comprou dois celulares e alguns aparelhos de ar-condicionado, somando um prejuízo de R$ 30 mil. Segundo seu relato, Nego Di chegou a realizar algumas entregas inicialmente, criando uma falsa sensação de segurança entre os clientes. Em seguida, anunciou a abertura da loja virtual, oferecendo ainda mais promoções com o objetivo de atrair novas vítimas.
O prazo de 50 dias para a entrega dos produtos, segundo a Polícia Civil, foi uma estratégia planejada para angariar mais vendas enquanto adiava as entregas. A investigação incluiu a quebra de sigilo bancário de Nego Di, revelando movimentações superiores a R$ 300 mil em um curto período, o que reforçou a configuração do crime de estelionato.
Deboche nas redes sociais
Vídeos analisados pela Polícia mostram o humorista ostentando o lucro do golpe. Em um deles, Nego Di aparece dentro de um carro de luxo, uma BMW, ironizando: “ninguém mandou comprar televisão”, “ninguém mandou comprar ar-condicionado” e “olha a TV aí”.
Em outro registro, durante a gravação de um podcast, ele ri com amigos ao mencionar: “lancei uma promoção” de ar-condicionado e confirma a propriedade da loja. Ainda no mesmo programa, justifica a não entrega dos produtos com a explicação: “usuário não encontrado”, alegando que, em caso de ausência de recebimento, seria porque a loja não conseguiu localizar o destinatário.
Defesa recorrerá da decisão
Após a condenação, a advogada de Nego Di, Camila Kersch, informou que irá contestar a decisão judicial. “Irá interpor todos os recursos cabíveis contra a condenação”, afirmou. A defensora disse ainda estar confiante de que as instâncias superiores irão reavaliar o caso e reconhecer “os vícios processuais, além do comportamento de Dilson ao longo do processo”.
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