Novak Djokovic comenta despedida de Nadal e celebra 100º título com emoção e humildade

247 – Em entrevista coletiva durante o torneio de Roland Garros, o tenista sérvio Novak Djokovic compartilhou reflexões emocionadas sobre três momentos marcantes recentes em sua carreira: a conquista de seu 100º título de nível ATP, o reencontro com os amigos e rivais Andy Murray e Roger Federer, e a participação na homenagem a Rafael Nadal. (link para o vídeo).

Ao comentar os acontecimentos, Djokovic descreveu o dia anterior como “muito movimentado e maravilhoso”, destacando a importância simbólica de ter vencido seu centésimo torneio no circuito. “É um marco muito bonito e, com certeza, algo que eu precisava para minha confiança e meu jogo antes de Roland Garros”, afirmou o número 1 do mundo.

Tributo a Nadal: “Ele merecia esse adeus”

O momento mais tocante da entrevista foi quando Djokovic falou sobre sua participação na cerimônia de homenagem a Rafael Nadal, realizada na quadra Philippe-Chatrier. “Foi um dos momentos mais bonitos que vivi neste torneio. Entrar na quadra com Federer e Murray para celebrar a carreira do Rafa foi inesquecível”, disse.

Segundo Djokovic, o momento foi ainda mais especial por reparar a ausência de uma despedida adequada em outras ocasiões. “Senti que ele não teve uma despedida apropriada no ano ado, nem mesmo na Copa Davis. Por isso, esta homenagem foi mais do que justa para uma lenda como ele”, declarou, emocionado.

Djokovic também comentou sobre a força emocional de ver Nadal discursar, com a presença da família e equipe. “Foi comovente. Mesmo tendo sido grandes rivais, não tem como não se emocionar com tudo aquilo. Foi um adeus cheio de humanidade e verdade. Nós dissemos isso a ele na quadra.”

Reencontro com Murray e fim da parceria

A coletiva também abordou o recente fim da parceria entre Djokovic e Andy Murray, que por alguns meses atuou como seu treinador. Ao ser questionado sobre o tema, Djokovic esclareceu que a decisão foi mútua. “Ambos sentimos que era o momento de encerrar. Conversamos e estávamos totalmente alinhados sobre isso”, explicou.

Apesar dos resultados não terem sido os esperados, Djokovic valorizou a experiência. “Foi um privilégio e uma honra. Aprendi muito e me diverti com ele. Andy tem uma das inteligências táticas mais brilhantes do tênis. Quem trabalhar com ele no futuro terá muita sorte.”

Em tom bem-humorado, o sérvio também compartilhou uma brincadeira feita por Murray após sua vitória em Genebra: “Ele disse, ‘Agora que você tem um treinador de verdade, está ganhando torneios’. Claro que foi uma piada, mas eu adorei”, contou sorrindo.

Reflexão sobre o legado e o “último dos quatro grandes”

Ao ser lembrado de que agora é o único ativo dos chamados “Big Four” — grupo que inclui Nadal, Federer e Murray — Djokovic não escondeu a emoção. “Claro que me sinto orgulhoso por ainda estar competindo em alto nível, mas também fico triste por ver que eles se foram. Eles foram minha maior motivação por tanto tempo”, disse.

O sérvio reconheceu que tem pensado em sua própria despedida: “Pensei nisso ontem, vendo a cerimônia do Rafa. Não tenho uma data ou um momento planejado, mas espero um dia poder me despedir assim, com essa intensidade e carinho do público.”

Tecnologia nas quadras e novos desafios

Questionado sobre a utilização de árbitros de linha versus a tecnologia de marcação eletrônica, Djokovic se mostrou favorável ao uso dos sistemas automatizados. “Respeito a tradição, mas acredito que a tecnologia é mais precisa, mais eficiente e, em alguns casos, até mais segura”, argumentou.

Encerrando a entrevista, Djokovic comentou que a vitória em Genebra foi crucial para sua preparação física e mental para Roland Garros. “Eu precisava jogar mais partidas no saibro. Foi ótimo para ajustar meu jogo e também para alcançar esse marco dos 100 títulos. Vamos ver como me saio aqui em Paris.” Assista: