Setor de limpeza cresce no Brasil e atrai franqueados com modelos enxutos e sustentáveis

247 - O setor de franquias especializadas em limpeza e conservação continua em forte crescimento no Brasil. De acordo com dados recém-divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento registrou alta de 16,3% no faturamento no primeiro trimestre de 2025. O avanço reflete uma combinação de fatores: mudanças no comportamento do consumidor, como o aumento do uso de lavanderias de autosserviço; a valorização da praticidade no dia a dia; e estratégias adotadas pelas marcas, como a dispensa de lojas físicas e a expansão para cidades de menor porte.

O movimento reforça uma tendência consolidada desde a pandemia: modelos de franquia mais leves, tecnológicos e de gestão simplificada. "Franquias que oferecem praticidade, como lavanderias self-service ou serviços de limpeza de estofados, têm ganhado espaço por oferecerem eficiência, praticidade e alto potencial de escala com o e da rede", afirma Lucien Newton, vice-presidente da vertical de Consultoria do Ecossistema 300 Franchising. Para ele, esse formato atende ao novo perfil do franqueado brasileiro: mais conectado, autônomo e atento ao custo-benefício.

Um exemplo expressivo é o da Maria Brasileira, maior rede de limpeza residencial e empresarial do país, que faturou R$ 170 milhões em 2024 e projeta alcançar R$ 205 milhões em 2025, com a meta de chegar a 535 unidades. A rede oferece modelo home based, voltado a cidades com até 50 mil habitantes, com investimento a partir de R$ 49 mil. “Um ponto a nosso favor é que os nossos serviços têm um nível de recorrência muito alto e não enfrentam sazonalidades”, explica Juliana Pitelli, diretora de Expansão da rede. “Além disso, os multifranqueados, que hoje representam 50% da rede, entendem como se relacionar com pessoas e conseguem ganhar em escala atendendo novas áreas.”

A Lavô, líder no setor de lavanderias self-service no Brasil, também se destaca com um ritmo acelerado de inaugurações: uma nova operação a cada 32 horas. Atualmente, a rede conta com mais de 600 unidades em funcionamento e ultraou a marca de mil franquias comercializadas. Em 2024, o faturamento alcançou R$ 20 milhões, com expectativa de crescimento de 20% neste ano. “Nosso diferencial está na combinação de inovação, práticas sustentáveis e um modelo de gestão 100% remoto, que dispensa a necessidade de equipe física”, afirma o CEO e fundador Angelo Max Donaton. “Essa fórmula não apenas nos fortalece, mas também nos permite transformar cada desafio do mercado em uma nova oportunidade de expansão.”

Outro nome relevante do setor é a CleanNew, especializada em higienização e conservação de estofados e pioneira na oferta de serviços de blindagem no Brasil. A empresa aposta em diferenciação e fidelização do cliente. “Negócios com consumo recorrente apresentam maior estabilidade, mas o diferencial está em como entregamos essa solução”, destaca Fritz Paixão, fundador e CEO da marca. “Atualmente, os clientes não buscam apenas organização e durabilidade, querem também ambientes que promovam saúde e qualidade de vida.” A rede prevê faturar R$ 45 milhões em 2025.

A sustentabilidade também tem impulsionado o setor. Criada em 2015, a KoalaCar oferece serviços de limpeza a seco de veículos com foco ecológico. Inspirada no coala, que se hidrata apenas das plantas e não bebe água, a marca propõe um modelo de lavagem que consome zero litro de água, frente aos mais de 300 litros gastos numa lavagem convencional. Com reformulação recente, a microfranquia projeta alcançar 100 unidades até o próximo ano.

Por fim, a Ecoville, maior rede de franquias de produtos de limpeza do Brasil, atua como um centro de soluções para o consumidor final e o mercado profissional. Com mais de 300 operações no país e um portfólio de mais de 2 mil produtos, a marca se diferencia ao oferecer conhecimento técnico aliado a variedade e qualidade. A empresa pretende crescer 25% em 2025 e abrir 100 novas unidades.

Com diferentes estratégias e perfis de atuação, essas marcas mostram que o setor de limpeza e conservação encontrou um terreno fértil para expansão, especialmente ao aliar conveniência, sustentabilidade e modelos de negócios íveis para novos empreendedores.