Ministra Luciana Santos destaca papel da ciência brasileira na conservação dos oceanos

247 - Durante a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), realizada nesta segunda-feira (9) em Nice, na França, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, reforçou o compromisso do Brasil com a educação oceânica como ferramenta de transformação social e proteção ambiental. A informação foi divulgada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que participou de diversas agendas estratégicas ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Luciana acompanhou Lula na abertura da conferência e também representou o Brasil no evento paralelo “Educação Azul para uma sociedade sustentável e resiliente”, organizado pelo MCTI em parceria com a UNESCO. Na ocasião, a ministra declarou: “Buscaremos estabelecer a conexão entre a educação oceânica e o desenvolvimento sustentável, a estabilidade climática e o bem-estar humano, como uma estratégia para promover a conservação, a restauração e o uso sustentável dos oceanos”.

A ministra destacou ainda que a educação ambiental deve estar associada à cidadania e à transformação social. “Estamos promovendo a integração da educação com as necessidades globais e a proteção dos nossos recursos naturais”, afirmou. Ela lembrou que a cultura oceânica já integra o currículo escolar nacional e citou o protocolo de intenções firmado entre MCTI, Ministério da Educação (MEC) e UNESCO durante o Fórum Internacional “Currículo Azul”, em abril.

A parceria entre os ministérios e a entidade internacional também prevê a realização da 5ª Olimpíada Brasileira do Oceano, da 2ª edição da Olimpíada Internacional do Oceano e a oferta de cursos de capacitação para professores.

Na conferência, o presidente Lula anunciou sete compromissos voluntários do Brasil com os oceanos. Entre eles, estão o fortalecimento da coleta de dados científicos por meio de um Sistema Integrado de Monitoramento, a ampliação das Escolas Azuis — que devem chegar a 515 instituições de ensino em 2025 — e investimentos em pesquisa na Estação Comandante Ferraz, na Antártida. “O Brasil foi o primeiro país a incluir a cultura oceânica nos programas escolares e continuará qualificando professores para o ensino do Currículo Azul”, afirmou o presidente.

Luciana Santos ressaltou a atuação do MCTI no cenário internacional: “O Brasil tem se destacado internacionalmente. O MCTI tem desempenhado um papel crucial nesse contexto, utilizando sistemas de observação oceanográfica, modelagens climáticas avançadas, biotecnologia marinha e inteligência artificial para o fornecimento de dados e evidências que sustentam a construção de políticas públicas baseadas na ciência”.

Além das discussões na conferência, a ministra se reuniu com o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e com os diretores Janice Trotte-Duhá e Andrei Polejack. O grupo debateu iniciativas de cooperação internacional e desenvolvimento científico, incluindo o avanço do Plano Anual de Investimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), com metas estabelecidas até 2026.

Os representantes do INPO compartilharam experiências recentes com instituições como o Ifremer (França) e a Comissão Europeia, além de sua atuação nos eventos paralelos à UNOC3.

A conferência em Nice marca uma etapa preparatória para a COP30, que ocorrerá em Belém, em 2025. A da Declaração Presidencial “De Nice a Belém”, em março deste ano, reforçou o protagonismo do Brasil no debate internacional sobre sustentabilidade oceânica.