PF intima Bolsonaro a depor em inquérito que mira Carla Zambelli

247 - Jair Bolsonaro (PL) foi novamente intimado pela Polícia Federal (PF) para depor nesta quinta-feira (5), desta vez no inquérito que investiga a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL). A oitiva ocorre no mesmo dia em que Bolsonaro deverá prestar esclarecimentos em outro processo, no qual seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), é investigado por tentativa de obstrução de Justiça. As informações são da coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1.

De acordo com interlocutores do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro será ouvido no inquérito instaurado contra Zambelli por suspeita de coação no curso de processo e por tentar interferir em investigação sobre organização criminosa. O procedimento foi aberto nesta quarta-feira (4), após declarações da deputada em uma entrevista, na qual afirmou que pretende, desde a Europa, agir contra o STF.

Zambelli está fora do Brasil, assim como Eduardo Bolsonaro. Ambos vêm adotando discurso de enfrentamento ao Supremo em suas redes sociais. A parlamentar deixou o país depois de ser condenada a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocasião em que inseriu uma ordem de prisão falsa contra o ministro Alexandre de Moraes.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou sua prisão preventiva e a inclusão de seu nome na lista da difusão vermelha da Interpol — pedido que foi acatado por Alexandre de Moraes. A inclusão da parlamentar no sistema da polícia internacional foi oficializada na manhã desta quinta-feira.

Já Eduardo Bolsonaro viajou para os Estados Unidos, alegando que sua missão seria “focar em buscar as justas punições” contra o ministro Moraes e a PF. Ele é acusado de tentar influenciar aliados do presidente norte-americano Donald Trump — atualmente em seu segundo mandato — a adotarem sanções contra ministros do Supremo.

A fuga de Zambelli, aliada às suas manifestações no exterior, levou bolsonaristas a verem nela uma espécie de “versão europeia” do papel que Eduardo tenta cumprir nos EUA, como representante internacional do bolsonarismo. A deputada afirma ter cidadania italiana, o que pode dificultar eventual extradição.