Lewandowski aponta falta de coordenação entre polícias e defende PEC da Segurança
Durante seminário em São Paulo, ministro da Justiça alertou para a evolução do crime organizado e defendeu uma resposta coordenada
247 - O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta sexta-feira (13) que o crime organizado no Brasil e no mundo ou por uma transformação acelerada e que a resposta do Estado precisa acompanhar essa nova realidade. A declaração foi dada durante o seminário “Desafios da Segurança Pública”, promovido pela Universidade Santo Amaro (Unisa), em São Paulo, que reuniu especialistas, autoridades e representantes da sociedade.
“De perto, o monstro é muito feio”, disse Lewandowski, em referência à complexidade da criminalidade que, segundo ele, deixou de ser um fenômeno local ou meramente nacional. “O crime evoluiu de forma exponencial. Hoje, temos uma criminalidade transnacional”, afirmou.
O ministro ressaltou que o avanço das organizações criminosas não é um problema exclusivo do Brasil. “Não podemos achar que isso é só um fenômeno brasileiro, ou que se restringe a São Paulo ou ao Rio de Janeiro. Trata-se de uma realidade mundial, e precisamos encará-la como tal”, destacou.
Lewandowski afirmou que a PEC é fundamental para suprir a ausência de diretrizes nacionais no setor e melhorar a articulação entre as diferentes forças de segurança. “Cada um trabalha por si só. Temos, então, na área federal, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Penal Federal e a Força Nacional. Nos estados, nós temos a Polícia Militar e a Polícia Civil, nos municípios temos as guardas municipais, e cada um, literalmente, atirando para um lado. Não temos um centro de emergência único, não temos uma coordenação de operações”, declarou o ministro.
Segundo ele, enfrentar o crime organizado exige integração entre os diferentes níveis de governo, investimentos em inteligência, cooperação internacional e uma legislação que esteja à altura da sofisticação das redes criminosas.
“O que está em jogo é a nossa capacidade de proteger a sociedade diante de um inimigo que se organiza em redes, movimenta bilhões e atravessa fronteiras com facilidade. Sem coordenação e sem estratégia nacional, ficamos à mercê da fragmentação”, disse.
Segundo Lewandowski, a PEC amplia as competências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, mas sem comprometer a autonomia dos estados sobre as polícias Militar e Civil. O texto também foi ajustado recentemente para incorporar a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que autoriza as guardas municipais a exercerem policiamento ostensivo urbano, desde que sob supervisão do Ministério Público.
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