INSS atinge Lula e freia recuperação na sua popularidade, aponta Datafolha
Crise na Previdência Social trava melhora do governo; reprovação segue alta e aprovação continua em seu pior nível desde o início do terceiro mandato
247 - A mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, indica que o movimento de recuperação na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estagnou. Com 40% de reprovação e apenas 28% de aprovação, o petista mantém o pior patamar de avaliação de seus três mandatos, mesmo após leve melhora registrada em abril.
O levantamento ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios brasileiros entre os dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O índice dos que consideram o governo regular ficou em 31%, enquanto 1% não soube opinar.
Crise no INSS interrompe reação iniciada em abril
Depois de uma recuperação tímida em abril —quando a aprovação subiu para 29% e a reprovação recuou para 38%, após um tombo registrado em fevereiro—, o governo volta a enfrentar dificuldades. O novo revés é atribuído à crise no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que veio à tona com a Operação Sem Desconto da Polícia Federal, deflagrada no final de abril.
A investigação revelou o desvio de cerca de R$ 6 bilhões em descontos ilegais em aposentadorias, supostamente operados por entidades ligadas a políticos. A denúncia gerou forte desgaste junto à opinião pública, reforçado pela imagem de que idosos foram alvo do esquema.
Diante das revelações, o governo comunicou que a origem do esquema remonta à gestão de Jair Bolsonaro (PL), em 2019. No entanto, a continuidade das irregularidades até o ano ado, já sob a gestão Lula, somada à resposta considerada lenta e mal articulada, ampliou o desgaste.
A crise culminou na queda do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e acentuou conflitos internos na Esplanada, com setores do governo trocando acusações.
Segmentos sociais mais favoráveis também registram desgaste
A nova rodada do Datafolha confirma que a deterioração da imagem do governo atingiu inclusive parcelas tradicionalmente mais simpáticas ao presidente. Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, a reprovação caiu de 36% para 33%, mas a aprovação se manteve praticamente estável, ando de 30% para 32%, dentro da margem de erro de três pontos para esse grupo.
Por outro lado, a maior oscilação negativa foi registrada entre os entrevistados com ensino superior: a aprovação despencou de 31% para 25%, embora com margem de erro mais ampla (12 pontos percentuais), o que exige cautela na análise.
Comunicação e instabilidade continuam como desafios
O governo havia tentado reagir à queda abrupta de popularidade entre dezembro e fevereiro —quando a aprovação despencou de 35% para 24%— promovendo mudanças estratégicas na comunicação, como a nomeação de Sidônio Palmeira para liderar a área. Essa movimentação gerou algum alívio temporário na avaliação anterior, mas não impediu que os efeitos da crise do INSS anulassem esse ganho.
Outro dado do levantamento reforça o ambiente de instabilidade: quando questionados diretamente se aprovam ou desaprovam o desempenho do presidente, 50% dos entrevistados disseram desaprovar, contra 46% que aprovam. Em abril, os percentuais eram de 49% e 48%, respectivamente. A oscilação, embora discreta, mantém o governo sob pressão.
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