Jovens do Brics propõem ações para transição energética e levam debate à COP 30
Durante cúpula em Brasília, juventude defende soluções climáticas próprias do Sul Global e propõe plano de ação conjunto para energia sustentável
247 - A juventude dos países do Brics se reuniu nesta segunda-feira (9) no Ministério da Justiça, em Brasília, para debater a transição energética justa e os caminhos de cooperação entre as nações do Sul Global. A 7ª Cúpula de Energia da Juventude do Brics, realizada pela Agência de Energia Jovem do grupo (Brics YEA), foi marcada por contribuições voltadas à construção do Panorama Energético da Juventude Brics 2025, que será apresentado oficialmente durante a COP 30, em Belém, no mês de novembro. As informações são do portal Brics Brasil.
“Cada sessão temática da Cúpula reflete um determinado caminho da presidência do Brasil no Brics e é assim que estamos construindo expectativas e também antecipando as perspectivas energéticas”, afirmou Alexander Kormishin, presidente da Brics YEA. Segundo ele, um dos principais resultados do encontro é a elaboração do Plano de Ação para o Brics com a Cooperação de Energia. “Vamos discuti-lo hoje, após a sessão temática sobre como os novos membros do Brics se integrarão à nossa comunidade”, completou.
A construção do plano está organizada em quatro eixos prioritários, que refletem a pauta brasileira para a energia no bloco em 2024:
- Combustíveis sustentáveis para adaptação climática
- Financiamento das transições energéticas e garantia de minerais para energia limpa
- o à energia e combate à pobreza energética com soluções íveis
- Avanços tecnológicos para sistemas de energia de baixo carbono
Criada em 2015, a Brics YEA é uma instituição liderada por jovens pesquisadores e profissionais, reconhecida por promover cooperação energética entre os países do bloco. Esta edição da cúpula foi a primeira com participação ativa dos novos membros do Brics, integrando representantes da juventude de empresas e organizações do setor energético.
Presente no evento, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, destacou o papel estratégico do Brics no cenário global. “Os países do Brics representam cerca de 40% da população mundial, mais de 25% do PIB. Somos grandes produtores e consumidores de energia. Além disso, enfrentamos desafios comuns: transição energética, o à energia, sustentabilidade ambiental”, afirmou. Para ele, a diversidade energética do grupo favorece a inovação e a cooperação: “O Brics tem potencial para liderar a transição energética global, especialmente no Sul Global, e as nossas juventudes devem ter um papel central nesse processo”.
Um dos objetivos da Brics YEA é justamente articular essas contribuições juvenis com os grandes fóruns internacionais. O Panorama da Juventude sobre Energia, publicado desde 2018, reúne propostas e análises que são entregues aos ministros de Energia dos países do bloco e apresentadas nas Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COPs). Neste ano, com o Brasil presidindo simultaneamente o Brics e a COP 30, as articulações ganham ainda mais força.
“As duas presidências do Brasil estão interligadas e alinhamos a pesquisa muito com as prioridades brasileiras”, comentou Arsenii Kirgizov-Barskii, vice-presidente da Brics YEA. “O setor energético é o maior responsável pelas emissões de gás carbônico. Esse campo é essencial para o desenvolvimento sustentável e os jovens querem ter um futuro com menos emissões e melhores condições de vida”, reforçou.
A ativista Marcele Oliveira, jovem campeã climática da COP 30, também participou da cúpula e destacou a importância de levar as vozes do Sul Global para os grandes fóruns de decisão. “O Brics é um momento super importante, também pensando na COP 30, porque a gente precisa que o alinhamento das juventudes chegue até lá”, afirmou. Para ela, a transição energética precisa ir além da troca de fontes de energia. “É uma transição de pensamento, de parar de achar que a natureza está ao nosso serviço, porque ela não está. A gente precisa dela”, afirmou.
Marcele também destacou que o Sul Global deve ser protagonista das mudanças: “A mudança que a gente quer para o mundo também vem da nossa produção de soluções, do reconhecimento dos nossos povos originários, das soluções climáticas que vêm das periferias do mundo”, concluiu.
A Cúpula da Juventude do Brics reforça o papel das novas gerações como agentes ativos na construção de um futuro energético mais justo, sustentável e alinhado às realidades dos países em desenvolvimento. O documento final será apresentado na COP 30, que acontece entre 10 e 21 de novembro, em Belém, no Pará.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: