Tarifaço de Trump arrebenta discurso liberal bolsonarista
É o símbolo do capitalismo rasgando os manuais liberais. Diante disso, é grotesco ver a extrema direita brasileira tentando justificar o injustificável
O tarifaço global anunciado por Trump atinge em cheio o Brasil — em especial o estado de São Paulo, cuja economia é fortemente voltada à exportação. Mesmo assim, o governador Tarcísio de Freitas não disse uma palavra. O silêncio é cúmplice: diante do prejuízo real à indústria e aos empregos, os aliados de Bolsonaro preferem não criticar seu ídolo político. Pior: tentam sustentar a tese absurda e ridícula de que o Brasil foi “pouco taxado” — apenas 10%.
Trump, ao impor tarifas extras de forma unilateral e insensata, desmonta toda a retórica liberal que ele mesmo e seus seguidores — incluindo os bolsonaristas — usaram por anos. O tarifaço destrói a ideia de que o “mercado se autorregula” e que “governo bom é governo que não interfere”. Trata-se de uma medida profundamente intervencionista, que escancara a interferência do Estado sobre a economia americana, mesmo em prejuízo de parceiros comerciais. É o próprio símbolo do capitalismo estadunidense rasgando os manuais liberais.
Diante disso, é grotesco ver setores da extrema direita brasileira tentando justificar o injustificável, como se o Brasil devesse agradecer por ser prejudicado com menos força. Alguma coisa como imaginar que se deve aplaudir um tapa na cara só porque ele veio com menos força.
Em vez de se indignar, a direita se cala ou tenta inverter a lógica, como sempre faz quando a realidade contraria sua narrativa.
Enquanto isso, o governo Lula reage com responsabilidade institucional. O Itamaraty atua de forma diplomática e técnica para defender os interesses brasileiros sem subserviência, buscando saídas e diálogos em foros multilaterais. Essa postura equilibrada contrasta com o entreguismo ideológico do ado recente. Mais do que nunca, o Brasil precisa de um governo que enfrente crises com maturidade — e não de quem bate palmas por ser sacaneado.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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