O palco de Eduardo Bolsonaro
Crime em cima de crime para tentar livrar a cara do pai e, ao mesmo tempo, ganhar palco como o herói que salvou o mito
“Eu não vou parar, e, para fazer justiça, eu renuncio ao meu mandato e fico nos EUA”, disse Eduardo Bolsonaro, que primeiramente pediu para se licenciar do cargo para morar nos Estados Unidos. Perto de seu pai ser preso no segundo semestre, e com a eleição para presidente se aproximando também, o número três é o preferido do pai na disputa. Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Michelle Bolsonaro são os preferidos e indicados pelos caciques da extrema direita. São nomes que levantam a base bolsonarista; porém, a atitude de Eduardo está sendo vista como o melhor palco para ser a melhor aposta.
O que antes se mostrava um esforço para palco, pago com dinheiro do povo, agora está sendo financiado pelo próprio pai, com diversos meios, entre eles a vaquinha que conseguiu, dada pelos apoiadores bolsonaristas, e parte de seu patrimônio de 51 apartamentos comprados com dinheiro vivo. O beneficiado por essa confusão está financiando tudo. O que começou pedindo uma intervenção dos americanos no Brasil, o que já justificaria que a Polícia Federal indicasse Bananinha com base na Lei nº 7.170, de 14 de dezembro de 1983, que define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, agora foca sua artilharia contra o juiz que está à frente das investigações contra seu pai. E, em vez de esperar a justiça acontecer, começa a trabalhar para agir e ameaçar Alexandre de Moraes.
A coação que Eduardo Bolsonaro está fazendo com políticos americanos ligados a Trump tenta impor alguma sanção contra Alexandre de Moraes. Ele quer que os Estados Unidos punam, de lá, um juiz brasileiro da Suprema Corte, para que ele não condene seu pai, apesar de quilos e quilos de crimes cometidos. Crime em cima de crime para tentar livrar a cara do pai e, ao mesmo tempo, ganhar palco como o herói que salvou o mito. Os crimes claros são, no mínimo, coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Algo no formato de máfia italiana. Por muito menos, o general Braga Netto foi preso preventivamente.
Agora, com as palavras de possibilidades ditas por Marco Rubio, deixou o palco aberto para o número três de Bolsonaro disputar como candidato à presidência. Ainda pode, não conseguindo avançar com a ideia de sanção, se vitimizar e conseguir votos através disso. Temos que lembrar dos interesses de Rubio em tornar as ideias de Trump uma realidade. Rubio é um dos parlamentares da linha dura de Trump, contra a China e afirmando as arbitrariedades em relação aos imigrantes e ao pensamento crítico. Temos que lembrar também da queda de braço entre Alexandre de Moraes e Elon Musk, que tentou impor o que queria a favor de sua rede social X. Agora, Musk está à frente e influente no governo americano.
A primeira coisa que vai acontecer, após o começo das investigações por lesa-pátria e crime contra a soberania nacional, será a perda de seu mandato por abandonar o Congresso Nacional. Será considerado foragido, mas vai continuar se expressando, criando uma narrativa para todos os bolsonaristas, e ganhará força entre a extrema direita nacional para estar à frente da candidatura à presidência. A diplomacia vai intervir para entender o porquê de os Estados Unidos estarem pensando numa intervenção em sua soberania. Mostrando-se irreal, os americanos não vão se meter nessa questão, e abre-se a possibilidade de extradição, se for preciso.
Então, já já aparece um atestado médico dizendo que só pode ficar em prisão domiciliar nos Estados Unidos.
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