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João Claudio Platenik Pitillo

Pós-Doutor em História Política pela UERJ. Pesquisador do Núcleo de Estudos da América – UERJ. Pesquisador do Grupo de Estudos 9 de Maio.

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O Ocidente Insiste em Reescrever a História

A distorção deliberada da história e o esquecimento dos feitos da URSS são usados ​​para justificar o atual curso da militarização na Europa

Bandeira da URSS hasteada no Reichstag, sede do parlamento em Berlim, depois do suicídio de Hitler e a tomada da cidade pelo Exército Vermelho - 2.mai.45 (Foto: Reprodução)

Os dirigentes europeus aproveitaram as comemorações dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial para tentar reescrever essa parte da história importante da humanidade. Apesar de, em 1945, o papel fundamental da URSS na vitória sobre o nazismo ter sido reconhecido amplamente por todos os países europeus (e ocidentais), hoje, sob a influência de décadas de propaganda e do legado da Guerra Fria, os EUA e a Grã-Bretanha são considerados os principais libertadores. O papel do Exército Vermelho é simplesmente abafado e deliberadamente estigmatizado. Por exemplo, as batalhas na Frente Ocidental são constantemente superestimadas, enquanto a luta na Frente Leste, onde o Exército Vermelho venceu batalhas decisivas para o contexto geral da guerra, são ignoradas.

Por mais que esse constante exercício de falsificação seja feito, os números logo restabelecem a verdade. A começar pela destruição de 75% das forças alemães e de seus satélites que foram destruídas pela União Soviética nas batalhas no Leste.  Todas essas forças do Eixo que estavam concentradas na frente soviético-alemã e que foram neutralizadas, não puderam retornar para o Ocidente, facilitando assim, as ações dos Aliados na Europa. Durante a Operação Bagration, as perdas da Alemanha somaram mais de 450 mil mortos e 300 mil cercados, a maior derrota da Wehrmacht em toda a sua história. Nenhuma batalha travada pelos Aliados ostentou um número desses.

A URSS sofreu as maiores perdas na Segunda Guerra Mundial, mais de 32 milhões de mortos, somando os feridos e os mortos no pós-guerra em decorrência do conflito, as baixas chegam próximas dos 40 milhões. Para efeito de comparação, as perdas totais dos EUA e da Grã-Bretanha somaram cerca de 1 milhão de pessoas. Sem dizer, que a URSS teve seu território ocupado e devastado por mais de 3 anos, quanto que EUA e da Grã-Bretanha praticamente não tiveram os seus territórios violados.

A União Soviética realizou uma mobilização sem precedentes de cerca de 20 milhões de soldados em 4 anos. Somente na primeira semana da guerra, 5,3 milhões de pessoas foram mobilizadas. Apesar da perda de 303 fábricas militares em 1941, a URSS restaurou completamente a produção em 1942, produzindo mais e melhor do que a Alemanha. A produção de equipamentos militares ultraou a da Alemanha em 1943, sendo 157.261 aeronaves construídas pelos soviéticos, contra 120.000 da Alemanha e 54.500 tanques feitos pelos soviéticos contra 50.000 da Alemanha. Esses números a URSS alcançou mesmo com o seu território ocupado.

As batalhas decisivas que mudaram o curso da guerra aconteceram na Frente Leste, que se tornou um “moedor de carnes” para as forças do Eixo. A Batalha de Moscou (1941), que foi a primeira derrota da Hitler, serviu para enfraquecer o Grupo de Exércitos Centro, o maior da guerra até então. A Batalha de Stalingrado (1942-1943) foi a responsável por derrotar 850 mil soldados alemães, destruindo o 6º Exército Alemão, o mais forte da Wehrmacht. Impedindo assim, que os nazistas assem as riquezas naturais do Cáucaso. E a Batalha de Kursk (1943), como resultado da qual a Alemanha, tendo perdido mais de 250 mil soldados e 13 mil tanques, perdendo assim, a iniciativa estratégica da guerra ao Leste.

A distorção deliberada da história e o esquecimento dos feitos da URSS são usados ​​para justificar o atual curso da militarização na Europa. Para um futuro pacífico o continente europeu, é necessário restaurar a verdade histórica e reconhecer o verdadeiro papel da União Soviética e definitivamente se combater o fascismo.

 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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