Habemus Conclave

Agora é para valer. Vamos descobrir em breve quem será o novo líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana. Depois de um mandato franciscano, com erros e muitos acertos de Jorge Mario Bergoglio, poderemos ter uma continuidade de avanços progressistas ou um comando conservador ou fascista, como quer Trump? Se depender do mandatário americano, que postou sua foto como Papa em redes sociais oficiais do Governo Americano, deveria ser o candidato americano, terrivelmente conservador, cardeal Timothy Dolan, arcebispo de Nova York. O próprio não acredita que tenha chances e ainda cravou que quem acredita nisso, está bêbado ou emaconhado!

A bolsa de apostas está correndo na Europa. Muito se fala nos dias de hoje em continuidade. Principalmente em se tratando de representatividade, onde temos Argentina, Colômbia e Paraguai como países com maior percentagem de católicos. Não à toa tivemos um Papa Argentino. O país tem mais de 90% de sua população católica. A proporção em Timor Leste é de 97% e poderíamos ter o primeiro Papa preto do mundo, assim como previu Os Simpsons na vigésima segunda temporada. Mas quando vemos a quantidade total do país, temos o Brasil com a maior população católica do mundo, a despeito das religiões evangélicas crescendo. Representa ainda 10% dos católicos do mundo. Porém, um Papa brasileiro seria uma boa opção, mas sem chances reais.

Entre os colecionadores de conspirações, existe uma profecia de Malaquias, onde o próximo papa seria o último, considerado do apocalipse. A profecia prevê que o último papa, "Petrus Romanus", reinará na desolação do mundo  e ocorrerá o Juízo Final. A profecia tem 112 frases em latim que descreveriam cada papa, e a última delas, referente a "Petrus Romanus". "Petrus Romanus, qui pascet oves in multis tribulatiónibus; quibus transáctis, civitas septicóllis diruétur, et ludex treméndus iudicábit pópulum ſuum. Finis". Exatamente esse será o último papa da profecia, que surgirá em meio a tribulações e que adas estas, será destruída a cidade das sete colinas. Ele fala sobre todos os papas desde Celestino II em 1143 até os dias de hoje, dando todas as características e acertando todas.

Das apostas temos o cardeal de Gana, Peter Turkson, com muita aceitação entre os votantes, mas esse avanço só poderia ser totalmente possível, com a nomeação de Francisco para 78 novos membros do colégio cardinalício. Essa maioria de votantes com características progressistas próximas da ideologia jesuíta seria pule de dez, mas enfrenta problemas não para dentro do Conclave, mas para a sociedade em geral. O Cardeal Pietro Parolin, que foi o número 2 do Papa Francisco, provavelmente pode conseguir também o papado, por ser alguém além da proximidade com Francisco, apesar de nunca ter cuidado de uma paróquia, é um experiente trabalhador na cúria. E o que antes poderia ser mal visto, por não ter proximidade com a pastoral, nem como vigário ou pároco, é visto como um grande diplomata, conseguindo dialogar com todos os lados. E essa articulação nos dias de hoje é muito importante.

Como no filme Conclave, que significa chaveamento, é o momento em que votantes ficam trancados na Capela Cistina para eleger o novo papa, sem interferência exterior. Nem internet é aceito neste momento. A despeito do crescimento do fascismo no mundo, a voz conservadora pode ser dominante nos conchavos para essa eleição. Com certeza não será outro jesuíta, mas nem tão pouco beneditino, que apoiava a escravidão no ado. 

Muitos veem semelhanças entre o filme Conclave e as atuais opções para a escolha do novo Papa. A minha preferida, não é com a realidade, mas com outro filme. A cena de descida  de escadas entre Ralph Fiennes e Jacek Koman onde recebem as informações proibidas sobre os candidatos e as tramas é a mesma locação (the royal palace of caserta na Itália) e mesmos ângulos usados na descida da princesa Pé Amidala, quando ocorre o golpe de Estado em Star Wars Ataque dos Clones. Sei que não será eleito um Cardeal Vincent, feito pelo ator Carlos Diehz, que seria um grande avanço social, mas me contento com o Cardial Lawrence, feito por Ralph Fiennes.