General Heleno, ditador explícito, desmoraliza democracia
Moraes, ao rebaixar-se diante do general, demonstrou que o STF impõe-se apenas sobre os poderes legislativo e executivo, mas não sobre o poder militar
Arrogância imensa!
O general Heleno, ex-ministro do GSI, no ex-governo Bolsonaro, não se deu ao direito de respeitar a justiça brasileira, representada na pessoa do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na tomada de depoimentos dos acusados de praticarem golpe contra a democracia, em 8 de janeiro de 2023.
O general itiu, apenas, responder às perguntas do seu advogado, naturalmente, combinadas com ele, para não cometer escorregadas.
Ficou explícito o desprezo dos generais pela Constituição, quando convocados a dar depoimentos que contrariam seus interesses, exemplo claro dado pelo proto-fascista general Heleno.
Terminado o depoimento, o ministro Alexandre de Moraes, que, claro, presenciou e anotou tudo, não teve a ousadia ou a coragem suficiente para esclarecer que presenciava, naquele momento, o supremo desrespeito de um representante das Forças Armadas pela justiça brasileira, pela Constituição.
O general desmoralizou o juíz.
E o juiz, submissamente, ainda, agradeceu o depoimento, por via indireta, do general ao seu advogado.
Se tivesse se posicionado, naquele momento, chamando às falas o general Heleno, em sua posição antidemocrática, teria, sem dúvida, provocado fato político de extrema repercussão no cenário nacional.
Como não foi capaz de reagir à altura, respaldado no texto constitucional, o ministro Alexandre renunciou à sua autoridade como representante máximo das instituições, na guarda da Constituição.
Ele, na prática, avalizou o que os generais consideram estar acima das leis, quando defendem a supremacia do artigo 142 da Constituição, como legítimos representantes do que denomina poder moderador.
Alexandre de Moraes, ao rebaixar-se diante do general, demonstrou que o STF impõe-se apenas sobre os poderes legislativo e executivo, mas não sobre o poder militar, que não é poder republicano, visto que a Constituição considera como poderes da República, apenas, três: além do executivo e legislativo, o judiciário.
O gesto autoritário do general Heleno, tão somente, confirmou a condição de republiqueta de banana em que vive o Brasil, depois de ter experimentado o ensaio geral do poder nazifascista sob Jair Bolsonaro.
Será que os outros militares, que estão na fila para serem ouvidos pelo judiciário, antes desse poder dar a sentença final contra os golpistas antidemocráticos, repetirão o comportamento do general Heleno?
Ou o STF irá enquadrar os demais, se tentarem se comportar como seu colega de farda, que se revelou ditador ao desrespeitar, explicitamente, a Constituição brasileira?
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