window.dataLayer = window.dataLayer || []; window.dataLayer.push({ 'event': 'author_view', 'author': 'Moisés Mendes', 'page_url': '/blog/eduardo-nao-e-um-moleque-e-um-golpista-perdedor' });
Moisés Mendes avatar

Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

975 artigos

HOME > blog

Eduardo não é um moleque, é um golpista perdedor

“Sem os generais, o jipe e o cabo, o filho de Bolsonaro continua apostando no blefe”, escreve o colunista Moisés Mendes

Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

O estagiário do Supremo sabe por que Eduardo Bolsonaro não será preso. Porque, dirá o estagiário a quem perguntar, o Brasil não consegue fazer valer nem mesmo uma ordem de prisão contra Allan dos Santos.

Sim, mas dirão que o general Braga Netto foi encarcerado. Alexandre de Moraes conteve o mais poderoso general da era Bolsonaro, ex-ministro da Defesa, ex-candidato a vice na chapa do líder golpista e ex-chefe militar do golpe.

O estagiário responderá: Braga Netto está preso porque não tem base política, não tem voto e não tem nem quem vá bater a por ele na frente do quartel onde está preso no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio.

Ninguém se lembra que Braga Netto está preso preventivamente há cinco meses e ninguém espera que Nikolas Ferreira faça vídeos para defender sua libertação. Ninguém defende Braga Netto. Ninguém fala de Braga Netto, nem de bem nem de mal.

O estagiário sabe que, para o sistema de Justiça, a farda não importa mais. A versão que ficou, de um amigo do general preso, é a de que os militares jogavam vôlei no posto seis de Copacabana enquanto os manés invadiam Brasília no 8 de janeiro. Os outros que não jogavam vôlei jogavam dama no Clube Militar.

Ninguém mais teme os militares. O estagiário do Supremo sabe que hoje os militares não confiam uns nos outros. O que resta de poder na extrema direita é a força civil, com voto. Por isso Eduardo foi buscar refúgio nos Estados Unidos, para mandar avisos e se fortalecer nas suas bases.

E esse, o filho de Bolsonaro, ninguém pega. Não pegam porque está fora do país e porque todos os que fugiram para os Estados Unidos e para a Europa tiveram pedidos de extradição negados.

Todos são vistos como perseguidos políticos. Vale para Allan dos Santos nos EUA e também para Oswaldo Eustáquio na Espanha. As instituições locais e a Interpol não enxergam nenhum dos dois como criminosos.

Os únicos fugidos alcançados pelo sistema de Justiça brasileiro, a partir de pedidos de extradição, foram os manés que se esconderam na Argentina. Porque eram a parte fraca do golpe. Acamparam ao lado de quartéis, invadiram prédios e quebraram o patrimônio público.

Réus ou já condenados, foram se refugiar em Mendoza. Se apenas mantivessem blogs e TikToks ameaçadores e se tivessem fugido para o Texas, poderiam estar na mesma situação de Allan e Eustáquio.

Eduardo, que os jornais tratam como se fosse apenas um moleque, atribuindo a definição a ministros do Supremo, não será preso lá fora e mandado de volta para o Brasil. E, se decidir voltar, talvez não seja preso aqui dentro.

O que o estagiário também sabe é que a situação hoje é a mesma do jogo de damas no Clube de Militar. Alguém espera um movimento falso do adversário, ou que o outro cochile. É assim no xadrez, no futebol, no tênis e na política.

É preciso jogar em cima do vacilo do outro. No pôquer com Moraes, Eduardo tenta mostrar que tem cartas e que estaria fazendo movimentos externos que o fortalecem.

Ninguém, nem ele, nem o pai, nem os trumpistas que o protegem sabem se é isso mesmo. Eduardo joga com o blefe e investe no charme do autoexílio, que pode não funcionar hoje como funcionou nos séculos anteriores.

O pai dele, que fugiu no fim de 2022 para o mesmo país, fez o cálculo de risco mais elementar. Se o 8 de janeiro desse errado, ele estaria fora. Se desse certo, voltaria e nem precisaria mais do dinheiro das joias que o avião da FAB levou para Orlando.

Eduardo está onde o pai já esteve e não faz molecagem, como repetem os colunistas do Globo. Faz o que sobrou para a família e os réus golpistas. Acolhido por Trump, vê Marco Rubio mandar recados que serão repercutidos aqui por Deltan Dallagnol e William Waack. Vem aí o inferno, dizem eles.

O estagiário sabe que Eduardo quer manter o bolsonarismo atento e mobilizado. Quanto maior sua agressividade nas afrontas a Alexandre de Moraes, maior a fidelização da sua turma. Está fora porque não pode contar com os generais.

Nem um cabo e um jipe Eduardo tem mais. Tem um governo assumidamente neonazista que o protege, para que, blefando dos Estados Unidos, paute a extrema direita e o colunismo dos jornalões.

Eduardo é, desde 2022, um perdedor. Perdeu a aposta contra as eleições. Perdeu a eleição. Perdeu como golpista e está perdendo mais um duelo contra Moraes. Pode até não ser preso. Solto, continuará sendo um perdedor.

 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Cortes 247

Relacionados

Carregando anúncios...
Carregando anúncios...