A pirataria é a fase mais recente do sionismo
Sobre o rapto do navio Madleen
Como era de se esperar de uma entidade colonial, colonizadora, racista e de extrema direita, que também pratica diversas formas de terrorismo de Estado flagrante, cinco barcos israelenses interceptaram o Madleen, um navio com destino à Faixa de Gaza. A embarcação transportava suprimentos de emergência, com o objetivo de romper o bloqueio israelense imposto à região desde 2007.
O navio sequestrado levava 12 ativistas de diversas nacionalidades, todos representando a solidariedade às crianças, mulheres e idosos da Faixa de Gaza. Armados apenas com suas consciências corajosas, os ativistas navegavam ao largo, fora das águas territoriais do Estado ocupante. Apesar disso, a Marinha israelense cercou a embarcação, bloqueou e desativou seus equipamentos de comunicação e a bombardeou com produtos químicos irritantes, colocando em risco a vida de seus ocupantes. O navio foi então abordado e levado à força para o porto de Ashdod.
Esse novo ataque aos princípios do direito internacional — relativos à navegação em águas internacionais — e aos princípios mais simples e evidentes de solidariedade e assistência humanitária constitui apenas mais um episódio no histórico de pirataria criminosa praticada pelo Estado ocupante israelense.
Um incidente anterior remonta a maio ado, quando drones israelenses atacaram e incendiaram o navio Conscience, na costa de Malta. Antes disso, em 2010, o exército de ocupação israelense atacou o navio Mavi Marmara, matando dez ativistas solidários.
O persistente desrespeito ao direito internacional por parte de Israel não se restringe ao alto-mar. O Estado ocupante também ignora dezenas de resoluções que condenam suas políticas agressivas, expansionistas e genocidas — sejam elas emitidas pelas Nações Unidas, pela Corte Internacional de Justiça, pelo Tribunal Penal Internacional, ou por organismos e organizações internacionais de direitos humanos e da sociedade civil.
Não é segredo que os crimes israelenses, em suas diversas formas, campos e atrocidades, se baseiam na impunidade incomparável da ocupação, sustentada pelo apoio incondicional dos Estados Unidos e da maioria dos países europeus.
É verdade que a ocupação pode se enfurecer e enviar seus piratas para atacar e sequestrar um navio civil pacífico, dando continuidade às suas violações de leis e direitos. Em última análise, trata-se de uma entidade fundada no terrorismo, no expansionismo, na colonização, na grilagem de terras, em violações de direitos humanos, na profanação de locais sagrados e na violação de tratados.
É mais preciso, no entanto, reconhecer que a ocupação tem se mostrado cada vez mais incapaz de cegar o mundo diante dos crimes de guerra, do genocídio, da fome e do deslocamento forçado que vem cometendo na Faixa de Gaza há mais de 600 dias. Durante esse período, mais de 181 mil palestinos foram mortos ou feridos, especialmente crianças. Além disso, cerca de 11 mil estão desaparecidos sob os escombros ou em centros de detenção, enquanto a fome continua a assolar a população — transmitida ao vivo pelas telas do mundo todo.
Os comandos da ocupação não hesitaram em invadir e sequestrar o Madeleine, e tampouco hesitarão em violar o direito internacional conforme julgarem conveniente seus líderes políticos e militares. Mas jamais conseguirão silenciar consciências, distorcer a opinião pública ou disfarçar a pirataria como a mais recente fase do sionismo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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