Abate de bovinos, suínos e frangos atinge recorde e registra melhor 1° trimestre da série histórica
Abate de 9,87 milhões de cabeças de bovinos significou alta de 4,6% em comparação ao 1° trimestre de 2024 e de 1,9% frente ao trimestre anterior
247 - O setor pecuário brasileiro iniciou 2025 com resultados históricos. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o primeiro trimestre do ano registrou os maiores volumes já observados para abate de bovinos, suínos e frangos, além de recordes também na produção de couro, leite e ovos de galinha.
Foram abatidas 9,87 milhões de cabeças de bovinos nos três primeiros meses de 2025 — um aumento de 4,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 1,9% frente ao quarto trimestre de 2024. O crescimento foi verificado em 22 das 27 unidades da Federação. Janeiro foi o mês com maior movimentação, com 3,35 milhões de cabeças abatidas, 4,8% a mais do que o mesmo mês de 2024.
A gerente da pesquisa do IBGE, Angela Lordão, destacou que “o incremento no abate bovino se deu em função do elevado abate de fêmeas, que registrou recorde e representou quase metade do total de animais abatidos”. Ela explicou que a tendência teve início em 2022, com a queda do preço do bezerro, o que desestimulou a criação. Lordão também chamou atenção para o abate crescente de novilhas, associado à demanda por carnes de maior qualidade. “É um movimento que está associado a maior demanda por uma carne , de maior qualidade e por uma preferência internacional por animais mais jovens”, observou.
O cenário favorável das exportações contribuiu decisivamente para os resultados. “O Brasil segue produzindo bastante carne, atendendo uma demanda interna e uma demanda externa bastante aquecida, com destaque para a China e para os Estados Unidos”, afirmou Angela. Ela ainda apontou que “foi o melhor resultado para o primeiro trimestre” tanto para a carne bovina quanto para a suína, enquanto o frango atingiu “o melhor resultado da série histórica”.
Com 14,33 milhões de suínos abatidos no período, o setor registrou alta de 1,6% em comparação ao primeiro trimestre de 2024, embora tenha havido leve retração de 0,8% em relação ao último trimestre do ano ado. Angela explicou que o ritmo de crescimento vem sendo moderado para equilibrar a oferta. “A China reduziu muito as compras da nossa carne suína, mas conseguimos outros destinos, como as Filipinas, que alcançaram a primeira posição nas compras”, disse.
No segmento de frangos, foram abatidas 1,64 bilhão de cabeças, volume 2,3% maior do que no mesmo trimestre de 2024 e 1% acima do trimestre anterior. Houve aumento em 20 das 26 unidades da Federação. O país manteve seu status de livre de gripe aviária no período, o que favoreceu uma forte demanda externa, segundo o IBGE.
A aquisição de leite cru totalizou 6,49 bilhões de litros no primeiro trimestre de 2025, aumento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Sul respondeu por 39,6% desse total, seguido pelo Sudeste (36,3%). O Paraná se destacou com a maior variação positiva entre os estados, crescendo 10,1%. “O Nordeste também vem se destacando pelo aumento de produtividade e atingiu um recorde na produção no primeiro trimestre”, afirmou Angela.
O preço médio pago ao produtor foi de R$ 2,76, um aumento de 22,1% na comparação anual e estabilidade frente ao quarto trimestre de 2024. De acordo com a pesquisadora, a menor pressão de custos no segundo semestre de 2024 estimulou investimentos na atividade leiteira.
A indústria coureira também registrou expansão: foram 10,75 milhões de peças recebidas por curtumes no período, uma alta de 15,7% em relação ao primeiro trimestre de 2024. A maioria da matéria-prima veio de matadouros frigoríficos.
Já a produção de ovos de galinha alcançou 1,20 bilhão de dúzias, um crescimento de 8,3% frente ao mesmo intervalo do ano ado. Apesar da leve retração de 1% ante o trimestre anterior, houve aumento em 25 das 26 unidades da Federação analisadas. Angela Lordão comentou os fatores que influenciaram os preços. “Tivemos um período de muito calor e alta nos custos de alimentação. Além disso, a demanda foi particularmente aquecida, tanto pela Quaresma quanto por um aumento nas exportações, impulsionado por uma inflação do preço do ovo nos Estados Unidos”. O IPCA apontou alta de 31,7% no preço dos ovos entre janeiro e março.
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